“É um absurdo, eu nunca peguei COVID, vim aqui fazer um eletrocardiograma, porque sou hipertensa, e tô na mesma fila de gente que tá com sintomas do vírus, pra fazer testagem. Gente sem máscara, tossindo, misturada com criança, idoso, com gente que veio tomar antitetânica, acredite. Uma zona”.
O desabafo é da empregada doméstica Maria Fernanda, que denunciou a bagunça ontem no Centro Municipal de Saúde Harvey Ribeiro Souza Filho, no Recreio dos Bandeirantes.

E pelas imagens registradas, ela tem toda razão de reclamar! Até recém-nascido no miolo desse perigo todo!

Não dá pra aceitar uma única fila pra atender todos os casos, ainda mais quando a gente tá falando de uma alta de casos de COVID… Tudo misturado!!!
Surreal… E o povo não se conforma em ser tratado dessa maneira.

“Vim aqui tem duas semanas trazer meu pai que estava com sintomas e logo depois testei positivo. Coincidência ou não, eu não sei, mas que tá sempre cheio e quente aqui, isso tá”, diz também uma moça, que pediu para não ser identificada.

E aí? Vai conter o avanço do vírus como assim? Depois tem gente que arruma confusão e ainda sai como mal-educado, como barraqueiro. É direito da população ter um atendimento decente!
Uma outra paciente saiu aos berros, gritando mesmo, que o marido tá há um ano na espera por um exame de próstata, e o posto cancelou! Por causa da alta da COVID.

Para exame não tem, mas misturar gente suspeita com criança, idoso pode? A conta não fecha!
Tem que organizar… É claro que tem que ter bom senso do pessoal… Tá sentindo algo? Coloca a máscara! Pro seu bem e pro bem do outro. Não dá pra ficar de babá de todo mundo, a gente sabe que a demanda é grande, mas saúde não pode ser oba-oba.

A coluna procurou a Secretaria Municipal de Saúde, que em nota afirmou que a vacina da COVID é aplicada na unidade em uma tenda própria, exclusiva para este fim, e que a Sala de Imunização, onde são aplicadas as demais vacinas, também é separada do atendimento geral de pacientes sintomáticos.

Já a testagem é realizada em outra sala, onde são atendidos apenas os pacientes com sintomas de síndrome gripal e os exames que precisam ser eventualmente desmarcados são reagendados para a primeira data disponível e os pacientes são comunicados por seu agente comunitário de saúde.
Não foi bem o que o pessoal lá relatou, mas a gente sabe que dá pra arrumar a casa! Porque tem gestão, todo mundo acompanhou durante a pandemia. Só que é preciso ficar de olho se estão seguindo à risca.
PINGO NO I

Jovem trabalha sob forte chuva Igor Peres

Chinelo de dedo e um fardo de biscoito Globo na mão… Uma imagem típica carioca, infelizmente.
A imagem chamou muito a minha atenção e de todo mundo que estava comigo… No meio do temporal de segunda-feira, que ninguém esperava que fosse cair, todo mundo correu pra se proteger, mas o menino da foto, não.

Na hora, o meu pensamento de mãe veio: “se ele ficar doente, quem vai cuidar?”
A chuva, embora tenha sido curta, foi muito intensa!

Mas debaixo de muita chuva, ele não se fez de rogado. Continuou com as vendas, mesmo molhado… Aproveitou o trânsito, que deu um nó, para garantir o que acredito ser o sustento de uma semana toda.
E isso me deu muita tristeza.

Essa é, sim, a triste realidade de muitos meninos como ele! De muitos que precisam ir à luta por pura sobrevivência. Ou é isso, ou não tem o que comer!
Sem oportunidade de emprego formal, de educação, de qualquer perspectiva de vida, vai fazer o que? Encarar.


É o dinheiro da venda que vai da mão diretamente pra forrar o estômago… Então, faça chuva ou faça sol, eles vão estar lá. A maioria desse jovens sustentam famílias inteiras com o pouco que recebem.

Mexeu muito comigo… E tenho certeza que com muita gente que não trata essa garotada como invisível. Porque eles existem e querem, precisam ser vistos. Basta a gente querer enxergar!