Stela Caputo: escritora homenageou o herói da Revolta da Chibata em 'Os Meninos João Cândido' - Divulgação/ Beto Franzen
Stela Caputo: escritora homenageou o herói da Revolta da Chibata em 'Os Meninos João Cândido'Divulgação/ Beto Franzen
Por O Dia

Rio - A luta contra o racismo ganhou ainda mais voz em 'Os Meninos João Cândido', livro lançado esta semana pela escritora Stela Caputo. A obra conta a história do marinheiro que viveu em São João de Meriti e liderou a Revolta da Chibata. 

"Meninos João Cândido são todos os meninos e meninas que lutam para mudar a situação de exploração, que tentam mudar a vida, como João Cândido fez na época da Revolta da Chibata. Ele é um líder dos Direitos Humanos, contra o racismo, que é um mal ainda presente na nossa sociedade", ressaltou a autora.

João Cândido ficou conhecido porque, até 1910, a Marinha costumava punir os marinheiros com castigos físicos, como chibatadas. O marinheiro Marcelino Rodrigues foi condenado a 250 chibatadas, após ser acusado de ferir um superior, a bordo do encouraçado Minas Gerais. Os outros marinheiros se revoltaram e iniciaram o movimento que ficaria conhecido como a Revolta da Chibata. João Cândido liderou a rebelião e redigiu uma carta na qual os revoltosos exigiam o fim dos maus tratos. Ao término da batalha, ele ficou conhecido como Almirante Negro, mas acabou expulso da Marinha.

"João Cândido viveu em São João de Meriti, seus familiares moram aqui até hoje. Nossa cidade tem rua, escola com nome do líder negro. Não poderíamos deixar de apoiar esse projeto", disse o subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Marcelo Rosa.

Cândido se mudou para São João de Meriti nos anos 1930. Morou em Vila Rosali e Agostinho Porto e, depois, no Parque Alian, onde morreu, vítima de câncer.

A família está emocionada com mais esta homenagem. "É bom ver que meu pai deixou um legado e sua história é lembrada. É uma honra para nós",disse Adalberto Cândido, "seu" Candinho, filho mais velho do Almirante Negro.

Museu está funcionando no Centro de Referência de Direitos Humanos
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Há sete anos o Museu Marinheiro João Cândido, que teria forma de navio, foi prometido à população de São João de Meriti. O lançamento da pedra fundamental foi em 2011, mas não passou disso. E o que ficou foi a ausência de um equipamento importante de Educação e Cultura.
A obra, do antigo governo, foi orçada em R$ 2.328.167,09. No último ano de mandato, Sandro Matos afirmou que nenhum recurso chegou a ser gasto com a obra e que os convênios foram cancelados e os contratos rescindidos porque as empresas responsáveis pelas obras não cumpriram o que estava previsto nos contratos.
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O projeto arquitetônico do Museu Marinheiro João Cândido tinha forma de navio em alusão ao palco da luta do "Almirante Negro", como João Cândido ficou conhecido após liderar a Revolta da Chibata. Atualmente o museu está funcionando no Centro de Referência de Direitos Humanos.
O superintendente de Igualdade Racial, Frei Tata, afirmou que é um sonho efetivar o Museu em um local definitivo.
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