Crianças participaram de caminhada sobre conscientização para o autismo - Divulgação
Crianças participaram de caminhada sobre conscientização para o autismoDivulgação
Por O Dia

Rio - Aos dois anos de idade o menino Marcelo Pascoal Guinho Carilo, hoje com 7, passou por seu primeiro grande desafio ao vencer uma leucemia. Ano passado, ele e sua família viveram um novo drama, quando foi detectado que a criança era portadora de autismo. Ele, outras crianças e adolescentes que também sofrem com a doença mostraram que o autista pode ter o seu lugar na sociedade ao participarem de uma caminhada pelo Dia Internacional para Conscientização sobre o Autismo, na manhã desta segunda-feira. O evento, realizado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Secretaria Municipal de Educação, reuniu cerca de 300 pessoas na Praça Vitória, no bairro da Luz e seguiram até ao Shopping Nova Iguaçu, onde participaram de atividades recreativas e um circuito cultural com violão.

“Essa campanha é para lembrar que o Brasil mudou muito, pois havia poucas crianças nas escolas com autismo, mas hoje na rede de ensino deve ter entre seis a sete mil alunos com a doença. Temos salas de recursos e estamos preparados para receber estes alunos, e mostrar que nossa cidade não é preconceituosa, mas sim inclusiva. Estamos chamando atenção para o autismo, pois muitos pais demoram identificar os sintomas da doença”, comentou o secretário municipal de Educação de Nova Iguaçu, Alex Castellar.

Ainda segundo ele, em Nova Iguaçu há uma escola para o autista, mas o objetivo é incluir os alunos especiais em escolas regulares. Crianças da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) também participaram da caminhada. Muitos usaram balões, camisas e fitas azuis que simbolizam o autismo, e cantaram músicas de Tim Maia, como “Azul da cor do Mar”.

A data serve para ajudar a conscientizar a população mundial sobre o autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. O objetivo é o mesmo em todo o lugar, ajudar a informar as pessoas sobre o que é o autismo e como lidar com a doença.

“Lidar com esta doença é bastante difícil, temos que levar para fazer terapias e o autista tem um mundo que é só dele e temos que se encaixar na realidade. Parei de trabalhar e tranquei a faculdade de estética para me dedicar 100 % ao meu filho, que já venceu até uma leucemia e também sofre de transtorno opositor desafiador (Tod). Ele é um presente de Deus, meu troféu. Valeu a pena lutar por ele”, afirmou a dona de casa Cristiane de Amorim Guinho, 46, mãe de Marcelo Pascoal.

Mãe do pequeno Matheus Machado Inácio, 11, aluno da Escola Municipal Marcílio Dias, a dona de casa Rita de Cássia Neves Machado da Silva, 44, disse que entrou em estado de choque quando descobriu a doença do filho, mas ressaltou que os portadores de autismo são amorosos, que precisam interagir com outras crianças.

“São carinhosos e especiais. Sou feliz com meu filho que evoluiu bastante na escola, pois está interagindo mais com os amigos. Quando soube da doença fiquei em estado de choque, mas tenho que lutar por ele”, contou.

O Autismo pertence a um grupo de doenças do desenvolvimento cerebral, conhecido por "Transtornos de Espectro Autista" - TEA. Os sintomas do autismo são: fobias, agressividade, dificuldades de aprendizagem, dificuldades de relacionamento, por exemplo. No entanto, vale ressaltar que o autismo é único para cada pessoa. Existem vários níveis diferentes de autismo, até mesmo pessoas que apresentam o transtorno, mas sem nenhum tipo de atraso mental.

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