A história de Itaboraí é repleta de vitórias e derrotas, assim como a trajetória da maioria dos brasileiros. Para conhecer melhor este município da Região Metropolitana é necessário mergulhar na base de seus fundamentos a 450 anos atrás, com a extinta Vila de Santo Antônio de Sá, ou simplesmente Vila de Santo Antônio de Macacu, como também era conhecida, em 1567.
Mas foi a inauguração de uma capela dedicada a São João Batista que fez a fundação de Itaboraí acontecer. A capela foi substituída por uma igreja no ano de 1693. Entre 1700 e 1800, a São João de Itaboraí, como era chamada na época, se desenvolveu bastante. Já em 1778 era o mais importante centro agrícola da Vila de Santo Antônio de Sá. Dois anos depois, grande parte do açúcar produzido pelos oitenta engenhos das freguesias próximas era embarcado em caixas de madeira nos 14 barcos pertencentes ao porto. Eis aí a origem do conhecido bairro de Porto das Caixas.
A partir de 1850, os transportes fluviais foram gradualmente substituídos pelos ferroviários. Em 23 de abril de 1860, foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Niterói-Cantagalo. Foi quando Itaboraí se consolidou economicamente, recebendo toda a produção de gêneros do nordeste fluminense pela ferrovia e enviando em embarcações pelo Rio Aldeia, até o Rio Macacu.
Em 1874, foi inaugurada a Estrada Ferro-Carril Niteroiense, de Niterói até Porto das Caixas. A via ligava Nova Friburgo e Cantagalo diretamente ao porto da capital da província, Niterói, substituindo o transporte fluvial. A construção da estrada foi uma das principais causas do declínio do porto e, por consequência, da Vila de São João de Itaboraí.
As décadas se passaram, e Itaboraí pouco fez para o desenvolvimento da cidade. Inatividade e a pouca boa vontade de vários governos deixaram a cidade sucateada, sem cuidado. Em 2008 tudo parecia que ia mudar e finalmente Itaboraí voltaria a ter seus anos de glória e desenvolvimento econômico.
As obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) foram iniciadas pela Petrobras, em solenidade que contou com a presença do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. O início das atividades logo gerou mais de dois mil empregos diretos. Em 2015, no entanto, as obras do Comperj foram paralisadas, o que fez Itaboraí entrar novamente em uma decadência econômica. A atividade comercial despencou quase pela metade e mais de 700 lojas fecharam. O mercado imobiliário esfriou, derrubando os preços dos imóveis em quase 45%.
Mas o povo sabia que ia voltar a ser feliz. Com as atividades do Polo GasLub (antigo Comperj), Itaboraí vive um novo momento com a ajuda do governador Claúdio Castro, que tem conversado com o prefeito Marcelo Delaroli. Eleito em 2020, Delaroli, em dez meses de governo, atraiu empresários e trouxe recursos da União e do Estado, além de já ter feito muitas obras na cidade. O governo também assinou um protocolo de intenções com a Petrobras para a cessão de áreas do Polo GasLub. A ideia é explorar o potencial da infraestrutura do local para atrair grandes indústrias e viabilizar a retomada econômica no setor de óleo e gás.
A Petrobras irá destinar R$ 13,7 milhões durante o período de dois anos para seis projetos, com foco em educação no estado do Rio. O resultado da seleção inclui iniciativas apoiadas pela Lei de Incentivo ao Esporte e à Cultura do Estado do Rio (Lei Estadual nº 8.266/2018).
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