Por thiago.antunes

Rio - A prefeitura lançou ontem o aplicativo Taxi.Rio e representantes do Sindicato dos Taxistas Autônomos do Rio (STA) vêm a novidade como a luz no fim do túnel que a categoria esperava. Após a chegada dos aplicativos de corrida, os taxistas perderam 75% da renda mensal, segundo o sindicato.

O app começou a funcionar ontem, mas ficará dois meses em teste, com 150 taxistas cadastrados e 300 usuários ativos. Somente em agosto estará disponível para download e uso da população.

Tela principal para os passageiros Reprodução
Tela principal do aplicativo da Prefeitura do Rio para taxistas Reprodução

Presidente da Empresa Municipal de Informática (IplanRio), Fabio Pimentel é o responsável pela criação do app esclarece que apesar da facilidade, o usuário ainda terá a opção tradicional para chamar um táxi. “O chamado modo ‘maçaneta’ continua liberado”, diz, ao se referir ao sinal feito com a mão para que o táxi pare.

Pimentel explica que, ao pegar um passageiro, o motorista inicia a corrida pelo aplicativo e a partir dos endereços de origem e destino, informado pelo cliente, é gerado um valor estimado. No final, o motorista encerra o serviço e um número de atendimento é gerado. “Com isso, o taxímetro será substituído pelo aplicativo”, ressalta o presidente do Iplan.

Diferente de outros apps de corrida, que cobram do motorista de 10% a 20% de taxa, o Taxi.Rio vai cobrar um valor simbólico de aproximadamente 5%, o que vai permitir um maior faturamento por viagem aceita. O valor definitivo será definido após a fase de testes.

“Queremos oferecer ao cidadão do Rio também essa opção nas mesmas condições dos outros aplicativos. São 35 mil taxistas no Rio que poderão se credenciar. Dependendo do horário a tarifa será dinâmica também, mais barata ou mais cara. O diferencial do nosso táxi é que terão wi-fi gratuito”, disse o prefeito, Marcelo Crivella, durante coletiva, ontem.

Taxistas têm pé atrás com aplicativo

Taxistas ouvidos pelo DIA ainda têm um pé atrás com o novo aplicativo. Parte da categoria crê que, antes de lançar a plataforma digital, o poder público deveria se concentrar em regulamentar e taxar Uber, Cabify e outros. A principal discussão é em torno do valor prévio da corrida, calculado no Táxi.Rio. Márcio da Silva, de 46 anos, prefere o taxímetro: “O trânsito está sempre mudando, pode dar um valor abaixo ou acima”.

O taxista Márcio da Silva%2C de 46 anos%2C acredita que a solução deveria ser regulamentar e taxar o Uber da mesma forma que os amarelinhosCléber Mendes / Agência O DIa

Já Wallace Vianna, 23, aposta no app como ferramenta para concorrer com as outras plataformas. Uma vantagem, para ele, é a função para avaliar os motoristas: “Os passageiros reclamam do comportamento de alguns taxistas. O aplicativo filtraria isso”.
Ricardo Martins, 51 anos, achou positivo o monitoramento dos carros. “Ajuda a descobrir táxis piratas e quais bairros têm menos táxis”, disse.

Taxista será agente público

Para mais que um serviço de mobilidade, o prefeito Marcelo Crivella explica que, ao se cadastrar no Taxi.Rio, o taxista passa a ser monitorado pelo Centro de Operações Rio (COR). Sendo assim, os motoristas poderão interagir diretamente com o COR e apontar problemas na cidade, como alagamentos, semáforos quebrados e buracos. “O taxista passa a ser um homem a serviço da sua cidade”, disse Crivella.

Um dos 150 taxistas cadastrados e delegado fiscal do sindicato dos taxistas no Rio, Almir Miranda Junior, 44, acredita que a novidade vai trazer muitos benefícios à categoria. “Vamos oferecer mais segurança interligados à COR. Atender cliente de outro app vai ser a última opção”, acredita. 

Diante do Taxi.Rio, em nota, as plataformas 99Taxis e Cabify se posicionaram. Ambas pontuam que há espaço para todos no mercado e deixam claro que o objetivo delas é oferecer o melhor aos clientes. A Uber não quis se posicionar.

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