Por aline.cavalcante
Urnas eram utilizadas em funerais simples e secundáriasDivulgação


Um dos assuntos fascinantes na história dos povos desde o mais remoto período da pré-história têm sido o tratamento que os diversos povos dão para a morte e as formas de sepultamentos.

Do nascimento até a morte os indivíduos percorrem um caminho de construção e lutas pela sobrevivência, vivem em grupos familiares e juntam-se permanentemente para se defenderem contra inimigos comuns. No entanto, a morte é o momento onde encerram suas relações com os seus devidos pares.

“De acentuada importância é o fator emocional em torno da morte e do sepultamento, que assume frequentemente atitudes ambivalentes, ora congraçamento, piedade e consideração, ora medo e horror. Daí a instabilidade dos ritos fúnebres, especialmente entre os povos primitivos como os Tupi-Guarani”, diz José Vicente César do Instituto Anthopos do Brasil (SP).

Entendemos também que a dimensão territorial brasileira colaborou e promoveu a dispersão dos povos primitivos gerando costumes e tradições diferenciadas no seu modo de fazer e sentir. Neste contexto são os povos da Amazônia, do Brasil Central, do Nordeste, os do Sul, do Litoral e as diversas tradições espalhadas pelo interior e chegando até o Rio de Janeiro.


Se a grande maioria destes povos praticavam o enterramento de seus mortos, havia povos que não a praticavam por razões diversas ligadas aos constantes conflitos e sua natureza nômade.
Os tupis-guaranis localizados no entorno da Baia da Guanabara, possuíam vários agrupamentos e aldeamentos, entre eles encontramos os índios tupinambás e os jacutingas, este último na Baixada Fluminense. Esta grande família linguística Tupi-Guarani, possuía seus “modus faciendi” de tratar com a morte.

Na complexidade cultural que os rituais funerários assumem, os sepultamentos foram confirmados pela sociedade tribal através da tradição. Hoje é unânime entre os historiadores, antropólogos e arqueólogos que o sepultamento pode ser simples (funeral primário) ou com grau de complexidade (funeral secundário).
No funeral simples poderia haver o abandono do cadáver, enterramento em uma urna, fazer enfaixamento, colocá-lo num balaio ou enterramento direto na terra.

No funeral secundário, depois que o corpo era consumido ou desfeito, os restos eram recolhidos e colocados em urnas de barro com primorosos acabamentos e detalhes. Então, procedia-se os rituais cerimoniosos e depois era enterrado já dentro da urna funerária. O estudo destas urnas e suas diversas formas de produzí-las, merecem um estudo mais aprofundado.

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