Rio - Importante segmento da economia do Estado do Rio, o setor de lácteos tem forte potencial de crescimento. É a avaliação de Antonio Carlos Celles Cordeiro, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínio do Estado do Rio de Janeiro — Sindlat-RJ. Para ele, nos próximos anos será preciso apostar no desenvolvimento de política pública forte e de investimentos para a geração de emprego e renda.
De acordo com números do Sindlat-RJ, são 15.225 propriedades rurais no estado, que, em 2016, produziram 513 milhões de litros de leite — o equivalente a apenas 18% do consumo total do estado (2,8 bilhões de litros). Conforme o presidente da entidade, é possível crescer a participação. “Temos como chegar a 50% do que consumimos. E isso poderia ter um efeito muito positivo para o setor e para todo o interior do Rio”, salienta Antonio Cordeiro.
O presidente do Sindlat-RJ acrescenta ainda que é preciso seguir os exemplos de países que têm a agroindústria como um dos pilares de suas economias. Ele cita os casos da Alemanha e da França. “São dois dos maiores produtores de leite da Europa”, destaca ele.
O Estado do Rio conta hoje com um total de 102 fábricas de leite e seus derivados. Em 2015, o segmento anotou faturamento R$ 1,4 bilhão, somando cerca de 45 mil empregos no interior. “Além de defender o setor de lácteos, lutamos também pela agroindústria do estado, já que é uma das maneiras mais eficazes de manter o homem no campo, gerando renda e evitando o inchaço da capital. Não existe outro setor que possa gerar tanto emprego”, avalia ele.
Atualmente, Antonio Cordeiro tem lutado pela exclusão definitiva da indústria láctea do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal — Feef, que está para ser votado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro — Alerj. Criado em dezembro de 2016 pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (ConFaz), o Feef gerou contribuição de 10% sobre os benefícios fiscais de ICMS concedidos pelo governo. “O setor só tem a perder, já que as margens de lucro são muito baixas, entre 1% a apenas 4%). “Se os lácteos permanecerem no Feef, será o fim da produção leiteira no Rio”, pondera Cordeiro.