Rio - As prefeituras do interior do Estado do Rio têm intensificado as ações para manter a população rural no campo. O objetivo principal é aumentar a geração de empregos e renda, propiciando crescimento econômico. Tanto que são várias as iniciativas para incentivar formas diferenciadas de produção, como a agricultura familiar e o plantio orgânico de alimentos.
Em Macaé, a Secretaria de Agroeconomia desenvolve trabalho de assessoria técnica nas propriedades rurais para capacitar os agricultores a participarem das chamadas públicas de compra da merenda escolar. O objetivo é fazer com que eles se enquadrem nos critérios do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação.
O Pnae prevê que 30% dos alimentos sejam comprados de agricultores familiares. Pelos parâmetros do Pnae, os produtores precisam ter até 48 hectares de sítio ou lote e a renda total da família deve ser 50% oriunda da agricultura. “O dinheiro que ganhamos da merenda escolar é importante para complementar nossa renda. Por ano, conseguimos ganhar, em média, R$ 20 mil com a venda dos produtos”, conta o agricultor Fernando Barcelos.
Itaboraí também vem incentivando a produção familiar e conta com diversos produtores cadastrados para o fornecimento de produtos da merenda escolar. A Secretaria de Educação e Cultura, aliás, atualmente só compra de outros agricultores caso haja alguma necessidade ou se for batida a meta de R$ 20 mil anuais por produtor.
“Buscamos fortalecer o produtor rural e planejamos muitas ações para beneficiá-los, como, a implantação de uma feira da agricultores para que seja possível vender para a população em geral”, ressalta Renato Machado, secretário de Agricultura de Itaboraí.
Na Região Serrana, Teresópolis conta com a feira Vem Pra Roça, que reúne pequenos produtores e cooperativas. Criada há um ano por iniciativa da Emater-Rio e do Programa Rio Rural, a feira é realizada três vezes por semana e tem como objetivo fortalecer a agricultura familiar e fornecer alimentos frescos para os moradores da cidade. “A gente vê a alegria e a satisfação não apenas daqueles que estão produzindo e vendendo, mas também dos que estão adquirindo. São produtos fresquinhos, de qualidade”, destaca o prefeito Mario Tricano.
Medicina e hidroponia
A cidade de Macaé também começa a ganhar destaque pela produção hidropônica de hortaliças, localizada no bairro Califórnia. A técnica de cultivo se caracteriza por não precisar de terra e cujas raízes ficam imersas na água, que, por sua vez, recebem soluções fertilizantes para alimentar as plantas. Entre as vantagens das plantações hidropônicas estão o espaço reduzido das hortas em comparação aos sistemas tradicionais e o menor consumo de água.
Em Mangaratiba, a secretaria de Meio Ambiente está com um projeto que oferece oficinas de plantas medicinais para idosos. A iniciativa dá as orientações necessárias para o cultivo e ainda esclarece sobre características de cada uma das plantas e seus benefícios para a saúde. Também são feitas doações de mudas. Entre as espécies, carqueja, jambu, arnica, capim limão, erva cidreira, penicilina e cânfora, liberadas pelo Ministério da Saúde para o uso medicinal.