"Como eu amo remar, sempre pensei em fazer uma prancha adaptada para proporcionar ao Otávio um pouco do prazer que eu sentia. Mas sempre ficou para depois, para um outro momento. E ele, aliás, ficava com o pai, em outra cidade, em finais de semana alternados. Só que, em fevereiro, o pai dele faleceu. E como a Apae de São João da Barra havia fechado, onde ele praticava equoterapia, não tinha mais nada de bom para fazer, o que o deixava muito irritado", conta Leide Ferreira.
Para confeccionar a prancha, Leide Ferreira procurou Herval Junior Sup, de Niterói. Foi ele o responsável por fazer a adaptação, que levou 45 dias para ficar pronta. A cadeira pesa 1,5 quilo, tem 35 centímetros de largura e é feita de alumínio. A prancha, por sua vez, é capaz de suportar até 150 quilos. "Fiz a proposta para o Herval e ele comprou a ideia. Fizemos uns rascunhos e ele criou a cadeira e fez a prancha", lembra ela.
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Preparação
Leide Ferreira conta que para deixar o filho preparado para o stand up paddle foram necessários alguns treinamentos. Afinal, a paralisia cerebral impede Otávio de realizar tarefas simples como, por exemplo, beber água, uma vez que ele não tem controle motor. "A gente começou o treinamento em casa mesmo. Ensinamos o Otávio a manter a boca fechada, a mergulhar. E como o desejo dele era tão grande de remar, aprendeu na primeira semana", destaca.