Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e tratada, melhor o resultado e menor a chance de o paciente ter sequelas físicasDivulgação / Lucas Alvarenga

SÃO GONÇALO - O Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase foi 5 de agosto, mas a Prefeitura continua a campanha para alertar à população sobre a importância de estar atento aos possíveis sinais. A data foi criada em 2014 com objetivo de enfatizar a divulgação de informações sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce. Em São Gonçalo, a Coordenação do Programa de Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil realiza ações de orientação nas salas de espera das unidades de saúde para ensinar os pacientes a vigiar o próprio corpo.

A hanseníase é uma doença transmissível que acomete a pele e os nervos da face, braços, mãos, pernas e pés de crianças e adultos. É transmitida por meio das vias aéreas, fala, tosse ou espirro e se dá por meio de uma pessoa doente e sem tratamento. No entanto, ela não passa pelo contato físico, como abraço, aperto de mão ou qualquer tipo de carinho.
A principal característica da hanseníase é uma mancha esbranquiçada, avermelhada ou amarronzada em qualquer parte do corpo, que não coça nem dói, mas altera a sensibilidade da pele ao calor, à dor e ao tato. Uma das consequências em relação ao diagnóstico e tratamento tardio são as sequelas, que causam deformidades físicas e podem levar à incapacidade.

“Por isso, é de suma importância que os profissionais da saúde e a população estejam atentos aos sinais e sintomas da doença. Se você notar qualquer mancha que não coça e não dói, procure um posto de saúde mais próximo da sua residência para avaliação. A hanseníase tem cura e tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em São Gonçalo, o tratamento pode ser feito nos polos sanitários do Zé Garoto, Alcântara e Rio do Ouro, de segunda a sexta-feira, sempre das 8h às 17h”, avisa a coordenadora do Programa de Hanseníase da Secretaria de Saúde de São Gonçalo, enfermeira Mariana Lattanzi.

O tratamento é feito com antibiótico. O paciente tem que ir ao posto uma vez ao mês para tomar uma dose supervisionada de medicamento na unidade e leva a cartela de comprimidos para tomar as doses diariamente em casa. Para os casos mais leves da doença, o tratamento leva seis meses. No entanto, o mesmo pode levar um ano, caso a doença esteja em nível mais avançado. “Quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, melhor o resultado e menor a chance de o paciente ter sequelas físicas”, explicou Mariana.

Diagnosticada com a doença em 2019, Arlete Palmeira da Silva, de 52 anos, moradora do Colubandê, é atendida no Polo Sanitário Hélio Cruz, em Alcântara, local onde iniciou o tratamento. “O atendimento é ótimo, as pessoas são acessíveis e nos explicam o que deve ser feito. Eu tinha informação sobre a doença porque o meu cunhado teve. A dele foi diferente, na pele, enquanto a minha foi no nervo, tipo que eu nem sabia que existia. Foi um susto. A doença existe e as pessoas não têm conhecimento”, comentou a paciente.

Endereços dos Polos Sanitários:

Hélio Cruz: Rua da Concórdia, s/nº, Alcântara
Augusto Sena: Avenida Eugênio Borges, s/nº, km 7, Rio do Ouro
Washington Luiz Lopes: Praça Estephânia de Carvalho, s/nº, Zé Garoto