Meninas alunas do Instituto usam o futebol como ferramenta para a igualdade entre gêneros.Divulgação

Para ajudar a transformar a realidade de centenas de crianças e jovens em São Gonçalo, o Instituto Social Karanba conta com um time feminino reforçado e plural, que atua de forma multidisciplinar. Entre elas, estão a socióloga Marilda Reciolino, a consultora cultural Letícia Da Hora e as professoras de Educação Física, Natane Vicente e Verônica de Paula.
Cada uma em sua "posição", elas atuam em diferentes frentes: comandam os alunos nos treinos de futebol, atendem as famílias para mapear necessidades e, principalmente, reforçam valores sociais que contribuem para a formação cidadã dos beneficiários. No Karanba, a bandeira da igualdade entre gêneros e do protagonismo feminino é levantada diariamente; e neste dia 08 de março ganha ainda mais força.
"Líderes femininas costumam misturar com mais facilidade razão e sensibilidade. Usamos de forma mais natural a capacidade intuitiva e temos maior habilidade para nos envolvermos com causas e focar em propósitos. Liderar no terceiro setor exige um olhar mais profundo sobre a realidade para ajudar na tomada de decisões equilibradas", comenta a socióloga.
E se fora de campo esse trabalho é feito com tanto carinho, dentro das quatro linhas não é diferente. Para Verônica de Paula, coordenadora de futebol, o trabalho realizado vai "muito além do esporte" e a missão dos professores é fortalecer valores sociais. Quem faz coro ao pensamento da Verônica é sua colega de professora, a professora de Educação Física Natane Vicente:
"Como o futebol é historicamente dominado por homens, é fundamental que nós, mulheres, estejamos nesse espaço. Isso só reforça para as nossas alunas que podemos estar em qualquer lugar! E, claro, ainda ajuda a conscientizar os meninos e romper o ciclo do machismo", concluiu.