Do total de 92.122 votos válidos, o administrador de empresas, pós-graduado em gestão pela FGV e empreendedor recebeu 45.484 votos (56,17%). Claussen concorreu ao pleito pela coligação “Aliança Terê do Bem”, que incluiu os partidos Cidadania, PSD, PSC e Solidariedade, junto com o seu atual vice, o neurologista Dr. Ari Boulanger, de 49 anos
Em entrevista concedida ao jornal O DIA, o prefeito fala um pouco sobre as preocupações em função da pandemia de Covid-19, ações e medidas que serão tomadas em continuidade a sua administração e os principais desafios que espera enfrentar, especialmente no próximo ano.
Quais os principais desafios você espera encontrar na continuidade do seu governo em 2021?
Os maiores desafios são: desenvolver o projeto turístico de Teresópolis; informatizar a Prefeitura e fazer a Reforma Administrativa; e encontrar soluções para as questões do saneamento básico e tratamento de resíduos sólidos do município. Precisamos tornar a nossa administração mais digital, moderna e próxima ao cidadão. Teresópolis também precisa enfrentar a questão do saneamento básico e encontrar uma solução definitiva para o tratamento dos resíduos sólidos.
No Turismo, é necessário encaixar projeto para a cidade criando uma identidade arquitetônica, que é outro sonho da cidade. Temos tudo para ser uma Gramado do Estado do Rio de Janeiro: clima, segurança, custo de vida, três parques. Junto com isso ainda somos a Capital Nacional do Montanhismo. Já comecei um trabalho de integração e fomento do turismo junto a CBF, para criar um equipamento de visitação na Granja Comary que tem tudo para ser um golaço.
Além disso, somos a Capital Nacional do Lúpulo, conquistamos esse título há poucos meses e a cidade já tem algumas plantações realizadas e esperamos consolidar o cultivo com a produção e colheita do lúpulo, que é o insumo da cerveja, mas importante também na indústria farmacêutica e na indústria de refinamento do álcool.
PANDEMIA - Como Teresópolis está se preparando para essa possível segunda onda de contágio da Covid-19?
PANDEMIA - Como está a situação dos leitos de UTI, que tem apresentado taxas muito altas de ocupação?
EDUCAÇÃO - Alguma previsão para retorno das aulas presenciais no município?
Temos seguido as orientações do Ministério da Saúde, da própria Anvisa, acompanhado também os relatórios dos infectologistas e algumas experiências mundo afora de locais que tiveram retorno das aulas e suspenderam novamente. Alguns colégios particulares do Rio chegaram a abrir por dias, mas fecharam de novo, porque tiveram surtos de contaminação. Então nós estamos aguardando baixar a taxa de contaminação do município e também da Região Serrana para que tenhamos segurança acima de tudo. Sabemos da importância da Educação, mas a Saúde neste momento tem que estar em primeiro lugar.
ASSISTÊNCIA SOCIAL - Enquanto isso, serão mantidos os programas de auxílio às famílias dos alunos da rede municipal de ensino?
Conseguimos criar o Auxílio Merenda Escolar, uma das ações pioneiras no Brasil neste sentido, e já tivemos vários repasses. Foram mais de R$ 9 milhões distribuídos, através de 20 mil cartões, o que representa 20 mil crianças. E esse recurso, via cartão, é injetado na nossa economia, porque os estabelecimentos são de Teresópolis. Isso para nós tem sido um auxílio importante, então nosso objetivo é manter enquanto tivermos recursos suficientes, porque também tem sido um ano muito desafiador, tivemos retração de receitas, principalmente nos meses de abril a julho.
ECONOMIA - Como está a situação das receitas do município para 2021?
Nós mandamos um orçamento para a Câmara de Vereadores no dia 15 de outubro, que será apreciado e, acredito, aprovado, até a última sessão legislativa, com uma perspectiva de crescimento de 4% sobre 2020. Mas vamos trabalhar para que essa recuperação seja maior.
ECONOMIA - De acordo com o plano de governo apresentado, existe uma grande intenção de buscar recursos federais para novos projetos. Como isso está sendo planejado?
O município tem três possibilidade de receita: as próprias, onde podemos promover algumas correções de impostos e taxas, mas isso com ampla discussão com a sociedade; as de transferência, onde temos, por exemplo o ICMS, neste caso o município precisa avançar na regularização fundiária e também na emissão de notas em alguns segmento da atividade econômica, como por exemplo, a agricultura, para que a gente aumente a participação do repasse; e temos as receitas vinculadas, onde nós podemos trabalhar junto aos ministérios da Saúde e da Cidadania para aumentar os repasse para a saúde e desenvolvimento social. Na Educação já temos aprovado o novo Fundeb, que tem previsão de aumento de 23% nos próximos quatro anos.
Vamos trabalhar as três fontes de recursos para trazer maior capacidade de investimento para o município e equilibrar de vez as finanças, fazendo com que a cidade possa investir em infraestrutura urbana, rural e também turística. Temos também a questão das PPPs (Parcerias Público-Privadas), que são uma outra modalidade que queremos trabalhar na cidade, abrir o campo para essas parcerias, entendendo que a cidade possui terrenos próprios e pode sim fazer a construção para empresas, melhorando sua oferta turística, seus serviços e tornando-se cidade mais potente e mais atrativa aos investimentos.
HABITAÇÃO - Qual o déficit habitacional de Teresópolis? Existe algum projeto em andamento para melhorar essa situação?
Temos um relatório que aponta um déficit habitacional de mais de 2 mil unidades, déficit esse formado por TACs junto ao Ministério Público; termos de intenção e alguns processos que passamos antes da catástrofe de 2011. Tivemos problemas também entre o ano 2000 e 2010. Com o déficit habitacional já mapeado, pretendemos de imediato, através de articulação política, avançar nos projetos que chamamos de Ermitage 2, que prevê a construção de 500 unidades habitacionais no bairro Ermitage. E temos ainda o Fonte Santa 2 também, que foi elaborado e agora é preciso pleitear recursos. Vamos discutir junto ao Governo do Estado e o Ministério da Cidadania outros projetos para que a cidade faça o dever de casa e cumpra com essas mais de 2 mil residências que hoje são prioridade.
PRÓXIMOS ANOS - Alguma mudança na estrutura do governo para o próximo ano? Alteração de secretariado, criação ou extinção de cargos e pastas?
Temos uma reforma administrativa em curso, onde eu pretendo deixar a administração pública mais flexível, melhor adaptada às necessidades da cidade. Pretendo enviar essa matéria à Câmara de Vereadores tão breve seja constituída a nova legislatura, a partir de 1 de janeiro. Pretendemos fazer alguns ajustes sim, pensando no bem da cidade e no bom desenvolvimento dos projetos.
OUTROS PROJETOS - Durante a campanha muito se falou sobre a construção de um hospital municipal, esse é um projeto que poderia ser levado adiante na sua gestão?
Em nosso plano de governo temos vários investimentos ligados à Educação e à Saúde. Na Saúde tem o planejamento de abertura de 30 novos leitos, sendo 20 CTIs e 10 CTIs Neonatais, pelo SUS; a construção e abertura do Hospital da Mulher; e também de um centro de diagnóstico precoce para câncer, um centro de imagens. A princípio, esses serão nossos focos, mas não tiramos da pauta a possibilidade de construir um hospital no município.
A população optou por uma renovação política. Tivemos uma renovação de 75% das cadeiras e temos cinco jovens que estão assumindo o Legislativo. Isso, de certa forma, não deixa de ser uma influência que exercemos já a partir de 2018. Acredito que a nova formação será muito favorável ao desenvolvimento da cidade. Já estou buscando esse entendimento e essa conversa com todos os eleitos para que a gente realmente possa montar uma base de governo e garantir a governabilidade da cidade, entendendo as necessidades da cidade.