Grafeno é nova aposta da CSN em VR no ano em que a cidade completa 67 anosErnesto Carrico

Volta Redonda - A CSN Inova, braço de inovação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), anunciou que realizou um aporte financeiro na 2D Materials Pte Ltd (2DM), startup baseada em Singapura. A empresa identificou o grafeno – material 2D composto por camadas monoatômicas de carbono e derivado do grafite, mineral que possui a terceira maior reserva comprovada no Brasil como um material-chave em sua estratégia de inovação.
Segundo a empresa, na siderurgia, por exemplo, estudos já mostram que seu uso combinado ao aço traz maior resistência contra corrosão, entre outras propriedades. Quando o assunto é cimento, o grafeno tem um forte apelo para o desenvolvimento de uma nova geração do material, com maior resistência, além de mais leve e impermeável – o que seria altamente indicado para a utilização em prédios inteligentes, com captação e armazenamento de energia para aquecimento de água ou conforto térmico.
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“O grafeno é um poderoso aditivo, que mesmo em pequenas quantidades pode trazer grandes resultados e agregar muito valor aos produtos”, ressalta José Noldin, Head de Estratégia de Tecnologias da CSN Inova.
Ainda de acordo como José Noldin, juntamente ao investimento na 2DM, a empresa está lançando um grupo de trabalho dedicado ao grafeno nas instalações do Centro de Pesquisas, na Usina Presidente Vargas (UPV). A equipe atuará como uma célula de competências na aplicação de grafeno e fomentará o desenvolvimento de soluções em energia, aço, cimento e minério de ferro.
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“A versatilidade das aplicações do grafeno, principalmente com uma qualidade diferenciada como o da 2DM, faz dele um material único e que, certamente, irá revolucionar a indústria nos próximos anos. Desta maneira, iremos acelerar o uso também em outras indústrias, como têxtil, biomedicina, mobilidade, agrícola e outras, que são grandes consumidoras de aço e clientes da CSN. Por isso, esse investimento e posicionamento da CSN são estratégicos e trarão um impacto positivo para todo o mercado, além de reforçar a relevância de Volta Redonda para o progresso técnico-científico, industrial e sustentável do país”, comenta Noldin.
A Gestora de Investimentos da Inova Gabriela Toribio, explica que “esse investimento mantém a CSN na vanguarda como agente de transformação da indústria nacional e aconteceu em um momento muito especial, já que, em abril, a empresa completou 80 anos de fundação”. O braço de investimentos em capital de risco da CSN, que foi o responsável pelo aporte, é uma continuidade da estratégia de inovação da companhia. Por meio da participação acionária em startups, a CSN Inova atua como um radar de tendências em novas tecnologias e co-desenvolve com os empreendedores soluções com potencial de escala e de resolver grandes desafios do ecossistema.
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Gabriela esclareceu que o primeiro investimento traduz exatamente esse propósito, uma vez que o grafeno tem um potencial revolucionário na indústria, oferecendo múltiplas aplicações e diversas oportunidades de inovação na indústria. Além da qualidade diferenciada, a startup desenvolveu um processo ambientalmente mais sustentável e com maior eficiência energética, além de reunir uma equipe estelar.
“A 2DM conta com empreendedores experientes, como o Prof. Antonio Helio Castro Neto e o Dr. Ricardo Oliveira, que são duas das principais referências no assunto, e com um board composto por PhD’s e até com o ganhador do prêmio Nobel pela descoberta do grafeno, Konstantin Novoselov. Além disso, o fato de estarem localizados em Singapura proporciona o acesso fácil a um mercado com grande potencial de expansão, como o uso em aplicações eletrônicas e em carros elétricos em países como a China e no Sudeste Asiático”, pontua.
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Segundo Felipe Steinbruch, que lidera toda a agenda estratégica de Inovação e Tecnologia do Grupo CSN, o investimento consolida o novo momento da companhia, que enxerga na participação em novos negócios o cenário ideal para impulsionar seu crescimento.
“Está cada vez mais claro que o futuro é participativo. Inovação, tecnologia e ESG (ambiental, social e governança, em português), combinadas a esse modo de operar de forma colaborativa, vieram para ficar, e as empresas que não se adequarem a esse modelo estarão fora do jogo”, destaca Felipe.