A programação em comemoração à luta antimanicomial segue até a próxima quarta-feira. dia 25, em VRCris Oliveira

Volta Redonda - Uma série de atividades serão realizadas nesta semana em Volta Redonda para lembrar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Nessa quarta-feira, dia 18, ocorreu um show de talentos com usuários e trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no térreo da Biblioteca Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília.
A intenção da rede de saúde mental do município é alertar sobre as necessidades de cuidados e atenção especializada para quem possui transtornos mentais ou problemas com o uso de álcool e drogas. Segundo a coordenadora do programa de Saúde Mental, a médica Suely Pinto, é preciso conscientizar a sociedade de que é possível conviver com o sofrimento mental.
“Esses pacientes não precisam ficar trancafiados e podem ser tratados como cidadãos. A ideia da rede de Saúde Mental é inserir essas pessoas novamente na sociedade e que elas possam ser tratadas de acordo com a necessidade delas daquele momento”, falou a médica.
Suely Pinto, também destacou que o programa de Saúde Mental da cidade passou por uma reestruturação no último ano, com a contratação de profissionais e o resgate de associações e grupos de familiares de pacientes. A partir de agora, a ideia é investir na reforma das estruturas físicas das unidades para melhorar a assistência e o acolhimento de pacientes.
A moradora do bairro Belmonte, Aparecida, de 58 anos, é uma das usuárias da rede. Ela prestigiou a apresentação dos colegas, e destacou também os seus talentos.
"Eu sou muito positiva. Faço acompanhamento na rede. Lá eu desenho, pinto e eu também sei cantar", contou Aparecida.
Ainda João Victor Pereira Portes, de 23 anos, o morador do Vila Rica/Três Poços, fez uma apresentou durante o evento. Ele comentou sobre como sua vida ficou após ter ser acompanhado pela Rede de Saúde Mental de Volta Redonda.
"Entrei desacreditado no Caps (Centro de Atenção Psicossocial), com preconceito contra todo mundo. Hoje em dia, depois de quase 10 anos de tratamento, me sinto uma pessoa renovada, transformada. Já tentei o suicídio várias vezes, mas hoje sou uma pessoa feliz com os amigos que conquistei e me sinto realizado. Cantei a música 'Na Mesma Estrada' do Zé Felipe, em homenagem ao meu pai, minha mãe que sempre cuidaram de mim. Mando um abraço para o meu irmão também", disse João Victor.
As atividades em celebração à luta antimanicomial continuam até a quarta-feira, dia 25, com uma sessão de filme, rodas de conversas e debates. As ações acontecerão no auditório da UGB (Universidade Geraldo Di Biasi), unidades de Saúde Mental nas salas de espera e no Hospital Nelson Gonçalves (antigo Cais Aterrado).