Evento foi parte da campanha dos '16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres'Geraldo Gonçalves/Secom PMVR
A secretária da SMDH, Glória Amorim, recepcionou as palestrantes do Fórum, destacando algumas das conquistas das mulheres no município, como os cursos oferecidos na área da construção civil que já capacitou e formou cerca de 300 mulheres em cinco profissões do setor.
“Esse fórum significa um momento importante com relação à caminhada histórica das mulheres”, destacou a secretária.
Durante o evento um documentário de 16 minutos - “Mulheres e legislativo, história que se cruzam” - contou a participação feminina na Constituição de 1988, quando um grupo de 26 mulheres eleitas para a Câmara Federal teve presença ostensiva na Assembleia Constituinte para garantir direitos para as mulheres num ambiente de 513 parlamentares, sendo a grande maioria de homens e conservadores. A Carta Magna serviu de base para que, anos depois, fosse aprovada a Lei Maria da Penha (agosto de 2006).
Uma das palestrantes do evento foi a pedagoga Adriana Mota, que é coordenadora nacional da AMB (Articulação de Mulheres Brasileiras). Ela destacou que as mulheres vêm enfrentando desafios e tempos difíceis desde 2016, citando que chegou a hora de lutar pela volta de políticas públicas e mais investimentos sociais para a conquista de uma vida melhor para as mulheres.
“Precisamos reconquistar uma política de cuidados no país com a participação da sociedade civil, para conter a violência estrutural contra as mulheres”, enfatizou.
Outra palestrante, a economista Angela Fontes, que também atua como consultora do Ibam (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) e é conselheira titular no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim-RJ), aposta na retomada de conferências e verbas públicas, na construção de mais creches para os filhos, melhores salários para as mulheres trabalhadoras, oportunidades de trabalho e de qualificação para empoderar e tornar as mulheres mais independentes no dia a dia.
“Normalmente as mulheres recebem 20% a menos que os homens nas mesmas profissões. Outras vendem o almoço para garantir o jantar. É preciso investir mais em educação, tecnologia, gerar mais oportunidades de qualificação para as mulheres no mercado, novos mercados de trabalho e fortalecer a rede social de proteção às mulheres. Incluir a diversidade da população brasileira na formulação de políticas públicas”, disse.
Completando o trio da mesa de palestras, a psicóloga Nancy Lamenza, professora adjunta de Psicologia da UFF (Universidade Federal Fluminense) de Volta Redonda, apontou o trabalho feito pelo Ceam (Centro Especializado de Atendimento à Mulher), que faz parte da SMDH e trabalha com uma equipe de psicólogos, assistente social, advogadas.
“O Ceam trabalha para a materialização da política em benefícios e proteção das mulheres, essencial na garantia de direitos para as atendidas, reduzindo os malefícios causados durante a pandemia”, citou.
A estudante Maria Laura, do 5º período do curso de Automação Industrial do IFRJ, comentou sobre o fórum:
“Eu nunca tinha participado de um evento assim, dedicado às conquistas e direitos que a mulher tem na vida diária. É algo muito novo e sinto que tenho muito ainda que aprender nos meus estudos até concluir a minha formação. A gente está muito feliz de ter participado, porque são ensinamentos para a reflexão e para a nossa vida”, disse Maria Laura, que estava acompanhada de outras colegas de turma, como Carolina de Souza Perez – juntas elas fundaram recentemente a ONG Girl-UP Jaguar, para conscientizar a respeito dos direitos das mulheres. Também estiveram presentes ao fórum Inês Pandeló, que é conselheira do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim-RJ), e representantes de movimentos sociais e da sociedade civil em geral.
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