Motorista de Uber foi assaltado em Realengo e ficou mais de 4h em poder dos bandidos - Reprodução
Motorista de Uber foi assaltado em Realengo e ficou mais de 4h em poder dos bandidosReprodução
Por O Dia

Rio - O motorista de Uber Yann Bernardo viveu momentos de terror por mais de 4h, na madrugada de sábado, após pegar dois passageiros por volta de 1h50 na Rua Núncio Marefosiqui, em Realengo, na Zona Oeste. A dupla entrou em seu carro e, momentos depois, anunciou o assalto. Até às 6h, Yann ficou em poder dos bandidos, vagou por diversos bairros e foi ameaçado de morte pelos criminosos.

Em um relato publicado no Facebook, a vítima diz que os dois seguiriam para a Madureira. Um deles entrou no carona e outro no banco de trás, e logo após o início da corrida, o homem sentado atrás apontou uma arma para Yann. Segundo ele, os bandidos perguntaram sobre o carro e se o rapaz era policial, além de obrigá-lo a se sentar no banco traseiro. Logo após, um deles ordenou que Yann ficasse no porta-malas, ligou o aplicativo da Uber e se passou pelo jovem para assaltar passageiros com seu comparsa.

"Imaginava já estar a duas horas dentro da mala, mas sem nenhuma chance de sair e com pouco ar. Já havia quase desmaiado 6 vezes, eu não me conformava com o fato de desmaiar e foi então que olhei para a tampa da mala e vi uma brecha: bati naqueles pinos de ferro que ficam na calçada e desalinhou a traseira do lado esquerdo, causando uma pequena abertura na mala. Era Deus agindo", relata, dizendo que conseguiu respirar melhor após conseguir a brecha no porta-malas.

Por volta de 6h, os bandidos pararam para abastecer em um posto. Yann esperou que eles deixassem o local e conseguiu escapar pela mala. Ainda conforme seu relato, a dupla escapou com o carro — um Nissan Versa — pelo Alto da Boa Vista. A vítima se deu conta que estava no Itanhangá e pediu aos internautas que compartilhassem seu relato.

Até o momento, mais de 2 mil internautas reagiram e mais de 18 mil compartilharam a publicação. Procurado pelo DIA, Yann ainda não retornou à reportagem. A Uber também se posicionou sobre o ocorrido. "Estamos aliviados que o Yann Bernardo já esteja em segurança e lamentamos que nossos parceiros sejam vítimas da violência." A empresa se colocou à disposição da polícia para fornecer informações que ajudem nas investigações (confira abaixo nota na íntegra). 

De acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela 33ª DP (Realengo) e "não há novidades no momento." A PM disse que não foi acionada para a ocorrência. 

Confira a nota da Uber

Estamos aliviados que o Yann Bernardo já esteja em segurança e lamentamos que nossos parceiros sejam vítimas da violência. A Uber se coloca à disposição das autoridades para fornecer informações no curso da investigação, dentro dos termos da Lei.

A Uber tem camadas de tecnologia que agregam segurança antes, durante, e depois de cada viagem. Nenhuma viagem na plataforma é anônima e todas são registradas por GPS. Isso permite, por exemplo, que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto que foi feito, sempre respeitando a legislação aplicável (em especial o Marco Civil da Internet).

Em caso de assalto ou qualquer tipo de violência, orientamos os usuários a contatar imediatamente as autoridades policiais. É importante também fazer um Boletim de Ocorrência para que os órgãos competentes tenham ciência do ocorrido e possam tomar as medidas cabíveis.

Além disso, os motoristas parceiros contam com um número de telefone 0800 para registrar casos de emergência e solicitar apoio da Uber depois que estiverem em segurança e tiverem contatado as autoridades competentes. Tanto os motoristas parceiros quanto os usuários são cobertos durante cada viagem por um seguro APP da Uber para acidentes pessoais.

A Uber também tem trabalhado em ferramentas específicas para a realidade brasileira. Quanto à verificação dos usuários da plataforma, por exemplo, recentemente, lançamos uma ferramenta que exige dos usuários que fizerem o pagamento de suas viagens somente em dinheiro que insiram o seu CPF e data de nascimento antes de ter acesso ao aplicativo - dados que são conferidos com a base de dados do governo federal para confirmar a identidade do usuário. Os demais usuários, que efetuam pagamento em cartão, já tinham seus dados cadastrais fornecidos pelas instituições financeiras. Isso se somou às demais medidas de prevenção de risco que implementamos no ano passado para aprimorar a segurança de todos na plataforma.

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