Cidade registra índice pluviométrico de 230 milímetros em menos de 24h e moradores são orientados a deixar áreas de risco
As ruas de diversos bairros de Angra ficaram totalmente alagadas devido às fortes chuvas e a maré alta registrada na tarde deste domingo - Foto: Redes sociais
As ruas de diversos bairros de Angra ficaram totalmente alagadas devido às fortes chuvas e a maré alta registrada na tarde deste domingoFoto: Redes sociais
Costa Verde – As fortes chuvas que derrubaram uma árvore na Rodovia Rio-Santos que causou a morte de um casal e deixou ferida e órfã uma criança de 7 anos continuaram a causar transtornos em Angra dos Reis neste domingo (20).
Por volta de 17h30, vários bairros começaram a registrar alagamentos devido à maré cheia que teve início um pouco mais cedo, às 15h30. Sem ter como escoar para o mar, a água das chuvas retornou e transformou as ruas em verdadeiras piscinas ao ar livre.
Pouco depois começaram a ser registrados deslizamentos de terra em diversos locais do município. A Rodovia Rio-Santos teve o trânsito paralisado na altura do condomínio Mata Atlântica por causa da grande quantidade de barro, galhos e lixo trazidos pelas chuvas. Na descida do Morro da Cruz, uma barreira caiu e impedia a passagem de veículos nos dois sentidos. A empresa que faz o transporte urbano na cidade suspendeu a circulação de seus coletivos para a segurança de funcionários e passageiros.
A orientação é para que motoristas não transitem pela rodovia Rio Santos no trecho Rio-Paraty, assim como na rodovia Saturnino Braga, que liga Angra a Volta Redonda.
Às 18h20, A Defesa Civil soltou um alerta informando que a cidade registra um índice pluviométrico de 230 milímetros de chuva em menos de 24 horas. O total é superior ao que chove em alguns meses.
Outra informação importante era sobre os bairros onde as sirenes foram acionadas. A orientação é para que os moradores se dirigissem aos pontos de apoio, mas o presidente de uma associação de bairro estava indignado por que dois locais foram abertos em sua comunidade, mas ninguém se dirigiu aos abrigos.
- A gente abriu a igreja católica e o colégio para todo mundo descer e não aparece ninguém. Depois acontece um acidente grave e aí a culpa é de quem? -, perguntou o líder comunitário.
Por volta das 19h20, o presidente da associação, que preferiu não se identificar, informou que oito pessoas haviam se dirigido à escola do bairro e que a igreja católica havia sido fechada por falta de energia elétrica.
No condomínio Praia do Jardim, o forte vento e a ressaca do mar viraram diversas embarcações. Alguns botes afundaram, mas a maioria foi levada em direção à areia. Moradores disseram que nunca haviam testemunhado algo semelhante no local.
O secretário de Educação, Paulo Fortunato, informou que 15 escolas do município receberam moradores de áreas de risco até às 20h30 e que as aulas de amanhã estão suspensas.
O prefeito de Angra, Fernando Jordão, usou as redes sociais para informar que a Defesa Civil está monitorando os locais de risco sem interrupção. Ele também fez um apelo à população.
- Quando a sirene tocar no seu bairro, saia de sua casa e vá para os pontos de encontro, que são as escolas do município. Eu autorizei que todas sejam abertas para que vocês possam ter mais segurança -, informou o prefeito.
A Defesa Civil continuará em estado de alerta máximo durante a noite, pois a previsão é que a chuva continue nas próximas horas e pela madrugada, aumentando o risco de deslizamentos.
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