Possível descoberta histórica no Centro de AngraDivulgação

A direção de Patrimônio Histórico e Cultural de Angra dos Reis foi acionada para averiguar uma possível descoberta de artefatos e vestígios históricos encontrados na manhã desta segunda-feira durante intervenções da Cedae no Centro da cidade. Por volta das 10h, na Rua General Silvestre Travassos, ao lado da Igreja da Matriz, a uma profundidade de 83 cm, fragmentos de ossos, dentes, azulejos, louças pintadas e brancas, potes de argila e carvão. A descoberta aconteceu durante uma obra de contenção de vazamento de um cano subterrâneo na rua.
– Gostaria de agradecer os profissionais da Cedae, que tiveram a sensibilidade de contatarem de imediato a Secretaria de Cultura e Patrimônio. Nossa Diretora de Patrimônio Histórico e Cultural, Luciana Praça, veio até o local e reuniu, com todo o cuidado e protocolo necessário, os materiais e os colocou em caixas apropriadas. É uma grande descoberta para a terceira cidade mais antiga do país, com 502 anos de fundação – comentou Andrei Lara, secretário de Cultura e Patrimônio.
O Iphan já foi procurado pela equipe da Secretaria de Cultura e Patrimônio e enviará especialistas a Angra dos Reis para dar início às pesquisas sobre os achados. Segundo o secretário, a rua precisará ficar fechada enquanto as escavações continuarem.
– Precisamos continuar com a escavação para, possivelmente, encontrarmos mais partes do esqueleto. Antigamente, muitas pessoas pobres ou escravizadas eram sepultadas ao lado ou em frente às igrejas, locais chamados de adros. Somente depois de muito tempo, foram criadas leis que proibissem essas práticas, a partir de estudos de saúde pública. Era algo comum até o século XIX. A falta de vagas em cemitérios é um problema antigo no país – afirma Luciana Praça, Diretora de Patrimônio Histórico e Cultural.
A areia recolhida na escavação será peneirada para que os profissionais possam procurar mais resquícios de artefatos e ossos. Ainda segundo a historiadora, também era comum enterrar junto aos corpos peças de cerâmica e louças. Para ela, os azulejos encontrados podem ser de alguma obra antiga.
– Será feito o recolhimento completo do achado arqueológico que ficará aqui em Angra dos Reis, para ser exposto futuramente no Museu de Arte Sacra. Mas, primeiramente, virão um arqueólogo e um bioarqueólogo do Iphan para analisarem a ossada e, possivelmente, conseguirem a definição do sexo, idade, etnia e outras informações sobre o ser humano o qual possuía as ossadas. Por enquanto, o material ficará guardado para estudo. A gente vai tentar dar voz a quem não pode falar. Esse é o objetivo – finalizou Luciana.