Alexandre Martins, Prefeito de Búzios esclarece polêmica dos vacinados, secretário, Covid-19, Lockdown e fala dos 100 dias de Governo
Em entrevista Exclusiva ao O Dia, o prefeito de Búzios fala ainda sobre o seu relacionamento com a Câmara dos Vereadores e as ações de fiscalização no balneário
Por Juarez Volotão
Búzios - Nesta semana, Alexandre Martins, prefeito do município de Armação dos Búzios na Região dos Lagos do Rio de Janeiro concedeu uma entrevista Exclusiva na Nossa Rádio 102,5 FM e ao O Dia, onde o chefe do executivo falou sobre diversos temas, como a Covid-19 e pandemia, ações de fiscalização na cidade, declarou ser contra o lockdown e ainda esclareceu algumas polêmicas, como o seu relacionamento com a Câmara dos Vereadores do balneário e um vídeo que circulou do seu Secretário de Segurança e Ordem Pública numa abordagem a um empresário da cidade. O prefeito de Búzios ainda fez um balanço sobre os seus 100 dias de governo.
O Dia - Qual foi ou qual está sendo a sua maior dificuldade como Prefeito de Búzios nesses primeiros 100 dias de mandato?
Alexandre Martins - A nossa avaliação é positiva com relação aos 100 primeiros dias, porém, a maior dificuldade, além da pandemia do coronavírus, é essa variante dos números da pandemia e esse abre e fecha. Eu me preparei para esse momento e desde o dia 1 de janeiro, preparei um Hospital de Campanha, aumentando do número que peguei mais 19 leitos, e ampliando para mais 10 leitos nesse super feriado, fora os que eu assumi. Pegar uma pandemia nesse início de gestão e essa variável dos números são a nossa maior dificuldade, porém, já prevendo isso nos preparamos para o pior, fazendo o que é certo, investindo em saúde e abrindo mais leitos.
O Dia - Você trocou uma tenda de triagem para a Covid-19 por um Hospital de Campanha e ainda reduziu os custos disso para o município. Como foi possível?
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AM - Eu entendo que temos de trabalhar com economicidade e tenho um foco em gestão. Fizemos uma cotação, colocando o que precisamos. Hoje temos um Hospital de Campanha com divisórias e quartos com leitos separados, temos ar condicionado nos espaços, banheiros que não são químicos, gerador, recepção e está em anexo ao nosso Hospital, ampliando o número de leitos e a nossa capacidade na saúde pública de Búzios. Hoje nós temos 38 leitos aproximadamente na cidade, sendo 22 leitos com respiradores.
O Dia- Qual a relação do prefeito Alexandre Martins com a Câmara Municipal de Búzios?
AM - Olha, ontem (segunda-feira-12), inclusive, nós tivemos uma reunião com 8 vereadores, só um que não foi. O entrosamento é bom, eles tem o meu apoio. Por exemplo, esse projeto do Aurélio, vereador da causa do autismo, dei apoio, sancionei. Agora estava com Gugu di nair, é um vereador que defende muito o esporte, principalmente o náutico. Estava ali na praia de Geribá com ele. Separando o espaço pra o pessoal da altinha, do futevôlei. Pra não misturar, o pessoal reclama. A pessoa passa e a família reclama. Então, a gente está ali separando o espaço. O entrosamento com os vereadores é bom. Eu elogio a postura deles, porque nesse período de pandemia, no carnaval. Nós fechamos 3 estabelecimentos, que descumpriram o decreto. Que podia ter até 50% em determinado período, no carnaval eventos não podia ter com aglomeração e tivemos que fechar 3 estabelecimentos e multá-los. Não teve 1 vereador, que me ligasse pra pedir qualquer coisa errada. Então, isso eu sempre elogio, a boa conduta dos vereadores. Eu até então, estou conseguindo levar com eles com muito bom senso, que só tem me pedido coisas lícitas e legais pra cidade. Eu não tenho o que dizer deles, não. Pelo contrário, eu tenho elogiado muito a conduta deles.
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O Dia - Os Vereadores de Búzios fizeram um requerimento solicitando a Prefeitura uma listagem com os dados dos vacinados contra a Covid-19. Falta transparência na vacinação da cidade?
AM - Eu não entendi essa solicitação da Câmara. Não sou eu, nem ninguém do meu governo que define quem será vacinado. Cumprimos as determinações do Ministério da Saúde, do Governo Federal. Os nomes e os dados de todos os vacinados estão no site da Prefeitura, inclusive criamos o vacinômetro, onde apresentamos a população os números e o andamento da vacinação em Búzios. Falam de um jovem vacinado, porém ele estava devidamente autorizado por estar na linha de frente na barreira sanitária. Um exemplo, são as vacinas que chegam diretamente para os quilombolas, sejam de que idade for. Portanto, existem matérias que são apenas para sensacionalismo, já que os dados estão no site para todos verem.
O Dia - Você foi o único prefeito a peitar e a fechar certos estabelecimentos, que se sentiam donos de Búzios e sempre afrontaram , prefeitos e prefeituras. Se existe um decreto é para todos, mas eles se sentiam poderosos. Não cumpriram o decreto e foram devidamente autuados e fechados. Como que é essa postura e inclusive chegar no município onde ninguém fez isso antes?
AM- Pra mim isso foi muito normal. A nossa Postura , a nossa Guarda Municipal, ela é muito atuante e trabalha muito sério e eu acompanho muito de perto essas operações. Então, primeiro: independente de votou em quem, eu esqueço isso. Hoje não quero saber, quem votou e não votou. Eu tenho, que administrar pra todos. Eu sou prefeito de todos.
O Dia - Houve uma polêmica com o seu secretário de segurança pública sobre um vídeo que viralizou na internet de uma postura em relação a um comerciante. O que aconteceu naquela situação e o que foi feito com o secretário? Qual é a versão dele sobre esse fato?
AM- Ele não estava nem na operação, ele estava passeando com a família. Tinha uma operação, nós notificamos. Simplesmente pedimos para os estabelecimentos, que estavam fechando a via pública e estavam excedendo o limite de mesas. Foi pedido, que eles retirassem as várias quantidades de mesas que estivem vazias, as que estivessem ocupadas não eram pra tirar. Passou-se 3 vezes naquele estabelecimento, mas já tinham passado em outros que tinham atendido. E esse tal não atendeu, porque o dono não estava. Inclusive, foi o que estava na ocorrência, que chegou desavisado, sem saber o que estava acontecendo. E começou a tirar as mesas e as cadeiras de dentro do caminhão, de um carro da Postura. Quando o secretário chegou e viu aquele tumulto e o pessoal acuado lá, os nossos funcionários da Postura. Ele teve que tomar aquela atitude, por quê? Porque o camarada não tinha alvará, não tinha licença pra mesa. Então, infelizmente ele teve, que fazer aquilo pra que fosse respeitado. Foi o certo? Pra mim não. A Postura tinha, que está na operação com mais gente naquele momento até pra que ele entendesse. Mas, ali já resolveram. Ele foi levado para a Delegacia, demos parte. Aí acalmou, ele foi lá para tirar o alvará. Ele fala no vídeo uma coisa, que não foi verdade. Que ia tirar o alvará, mas não tirou por causa da pandemia. Isso não é verdade. Depois que eu entrei, nenhuma Secretaria deixou de funcionar administrativamente, por conta de pandemia. Pelo contrário, alvará, licença, a gente está agilizando ao máximo. Até porque isso é arrecadação pro município.
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O Dia - O que o município tem feito em prol das famílias carentes e dos que mais precisam, principalmente neste momento de pandemia?
AM - Temos a ajuda de custo aos alunos da rede municipal de Educação atendendo a uma média de 5.500 famílias, ajuda de custo universitária e o desenvolvimento social da cidade e a educação já está trabalhando para as pessoas que estão em necessidade básica com um kit de alimentação escolar.
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O Dia - Qual o posicionamento do Alexandre Martins, Prefeito de Búzios acerca do Lockdown?
AM - Sou radicalmente contra o Lockdown, porque não podemos esquecer que as famílias e pessoas precisam se alimentar e tem contas para pagar. Eu defendo o equilíbrio, mantendo um nível de fiscalização nas ruas, por que quem faz um decreto, que fiscalize. Eu não fecho cidade, eu limito. Vamos abrir o Qr Code para outros estabelecimentos e ir flexibilizando a cidade, assim que formos avançando nessa luta contra a pandemia, e com os números estabilizados.
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