Batucada antes de ir para a clínica Ludmila Lopes (RC24h)

Parece novela, mas não é. Na Região dos Lagos, em Cabo Frio, uma mulher, que prefere não se identificar, levou seu cachorro, “Batucada” – de dez anos na época -, que estava doente, em 2020, para receber cuidados em uma clínica veterinária de renome do município. Após algum tempo, ela afirma que o o médico veterinário disse que o tratamento não estava adiantando e seria necessária a eutanásia, ato que proporciona ao animal uma morte sem dor. Ela pagou o procedimento, além da cremação, o que causou muito sofrimento, já que toda sua família era muito apegada ao pet. Contudo, após quatro meses, em abril de 2021, uma reviravolta aconteceu: sua colega passou no local e viu o cachorro, vivo e bem. O susto foi ainda maior quando percebeu que o cão estava para a adoção.

Após receber a informação, a dona foi até a clínica, para tentar pegar de volta o animal. Chegando lá, ela conseguiu confirmar: realmente era seu cachorro – o fato foi atestado por uma funcionária do local. Apesar disso, quando pediu para levá-lo para casa, os responsáveis pelo espaço alegaram que o bicho sofria maus tratos, por isso não seria devolvido.

Além disso, ela foi impedida de ver o animal, embora tenha implorado. Ainda na expectativa de reaver o cachorro, foi solicitado auxílio policial, mas não adiantou. A partir da situação, a mulher resolveu levar o caso para a justiça, já que, conforme alega, o cão não sofria maus tratos. De acordo com o advogado, por se tratar de uma “situação hollywoodiana”, a justiça optou por deixar o animal sob a guarda da clínica.

O processo, onde é alegado por ela apropriação indébita, corre desde então, há quase dois anos. De acordo com o advogado, ainda neste ano, eles tentaram descobrir se o animal ainda estava vivo, mas sem sucesso.

Sobre a situação, a clínica veterinária afirma que o caso está em processo judicial e a empresa resguarda o direito de não se pronunciar sobre os fatos. Disse, também, que o animal está vivo, mas que a situação envolve maus tratos e já passou por três juízes.

De acordo com o advogado, a clínica afirma que, na situação, os profissionais salvaram o animal e que houve abandono. E, ademais, na defesa, foi alegado, ainda, que a mulher está devendo todas as diárias do cão, desde a entrada até os dias de hoje, mesmo com o documento comprovando o pagamento da eutanásia e cremação.
 
A mulher, segundo o advogado, ainda tem esperança de reaver o animal, contudo, segundo afirma, a justiça é lenta, portanto, o que resta é aguardar. No momento, seu único desejo é saber se Batucada está vivo, ou ao menos vê-lo. Além do processo, ela também abriu um procedimento no Conselho de Ética de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro.

Apropriação indébita
Apropriação indébita é um crime em que uma pessoa pega para si determinado bem que pertence a outra pessoa. Nesse caso, o agente que comete o crime usa ou se apropria do item que não é seu ou tira proveito dele causando prejuízo ao verdadeiro dono. Esse tipo de delito tem como pena reclusão de um a quatro anos, além de multa.