Campos inicia novo plano contra o coronavírus e de retomada do comércio em estágio laranja
Nível é o segundo mais grave da escala criada com modelo matemático para guiar políticas públicas de combate à pandemia
Por Leonardo Maia
Campos — A partir desta terça, Campos está em estágio laranja. A classificação é o nível 4, o segundo mais grave, do ranking de controle do avanço do coronavírus no município, o balizador do novo plano de retomada da atividade comercial e industrial montado pela prefeitura, e batizado de Campos Daqui para Frente. A estratégia de reabertura por etapas do comércio vai acompanhar os índices de ocupação de leitos e de avanços de casos da covid-19 na cidade, conforme apresentado ontem pelo prefeito Rafael Diniz.
“Temos que entender que não é apenas um plano de flexibilização, é uma plano de retomada”, destacou Diniz. “Se for necessário, teremos que voltar ao que chamamos de nível 5, fase vermelha, o lockdown total”.
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Nesta primeira semana do novo sistema, adotou-se o lockdown parcial, com a liberação de mais setores econômicos que aqueles considerados estritamente essenciais. Passam a poder funcionar escritórios de advocacia, de contabilidade, de consultorias, de arquitetura e engenharia, imobiliárias, agências de seguro e plano de saúde, mas apenas com atendimento individual com agendamento, de segunda a sexta, das 8h às 18h.
O take away, no qual o consumidor pode comprar o produto por telefone ou internet e retirá-lo na loja, está permitido para lojas de materiais de construção, de autopeças, de bicicletas, de artigos de embalagens, armarinhos e lojas de tecido, de informática, e de comunicação. O delivery fica liberado depois das 23h.
O prefeito fez questão de frisar que a medida não é um relaxamento do isolamento social, ou um sinal de que a pandemia está arrefecendo. Ao contrário, a curva é ascendente. Mas era preciso estabelecer critérios técnicos e definidos que permitissem o equilíbrio entre o controle do coronavírus com a necessidade de manter a atividade econômica no máximo patamar possível em dado momento.
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O plano foi montado, garantem as autoridades campistas, com atenção fiel às diretrizes apontadas por cientistas, especialistas e modelos matemáticos. O trabalho foi liderado pelo doutor Eduardo Shimoda.
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“A gente tem uma planilha definida com os pessoas, e a Vigilância em Saúde passa, diariamente, o conjunto de dados. A gente aplica nessa planilha e analisa cada um dos indicadores, 12 no total, para termos o resultado final”, explica Shimoda. “Isso vai determinar em que pontos estamos”.
Segundo o professor, o modelo também permite orientar políticas públicas para atacar focos críticos de contágio no município.
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“Vamos analisar para identificar onde existem os gargalos, onde atuar com mais urgência para que possamos passar do vermelho para o laranja e assim sucessivamente”, disse Shimoda.
O sistema se rege por cinco níveis de alerta: vermelho (lockdown total); laranja (lockdown parcial); amarelo (alerta máximo); verde (atenção máxima); branco (atenção moderada). Entre os múltiplos fatores que são considerados na equação matemática está a taxa de ocupação de leitos, não apenas da rede pública.
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“Quando a gente toma decisões, não é apenas para o serviço público, como no caso do Centro de Controle e Combate ao Coranavírus”, atentou Diniz. “Mas também de toda a rede particular. Ela responde por seus leitos, mas as medidas são de acordo com a capacidade de atendimento no município como um todo”.