Apesar de mortes em alta, vence mais um prazo do hospital prometido por Witzel
Unidade de Campos deveria ser inaugurada nesta sexta, mas não há mais nem sequer previsão; ‘Situação é crítica’, diz secretário
Por O Dia
Campos — O hospital de campanha de Campos deveria ter sido inaugurado nesta sexta. Na verdade, deveria ter sido entregue à população em 25 de maio, ou em 23 de maio, antes disso, em 30 de abril. Mas, por enquanto, é apenas uma miragem na Avenida 28 de Março, a principal da cidade. Uma promessa não cumprida do governador Wilson Witzel, investigado por corrupção em uma série de contratos motivados pela pandemia do coronavírus, entre eles, os dos hospitais de campanha. Mais uma data passou, não há mais previsão de abertura da unidade, e os campistas continuam a adoecer e a morrer da covid-19. Já são mais de 1100 casos confirmados e 68 mortes.
“A situação do município ainda é bem complicada. A curva de casos continua crescendo, e por consequência, infelizmente, a curva de óbitos”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Campos, Felipe Quintanilha, ao jornal Terceira Via. “Esta semana tivemos várias mortes e um crescimento significativo nos casos. Ficamos muito tristes com a notícia de que não há previsão do estado para o hospital de campanha”.
“Hoje estamos com 94% de nossa capacidade de leitos de UTI; cerca de 70% dos leitos clínicos”, conta Quintanilha. “Mas esses números mudam muito a cada dia. Já tivemos lotação máxima, depois recuamos. Campos precisa muito dos leitos que estariam disponíveis no hospital de campanha”.
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Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que “os engenheiros da Infraestrutura e Obras (Seinfra) já realizaram vistorias em todos os hospitais e, com base nos dados técnicos coletados, será feito um cronograma real com as datas de conclusão das obras”.
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A nova promessa é de que, concluídos os hospitais de São Gonçalo e Nova Iguaçu, as atenções do governo estadual vão se voltar para a unidade campista.
“Não recebemos uma máscara do estado. Temos feito o possível, mas a nossa situação ainda é muito crítica”, observou Quintanilha.