Charbell chama a atenção para os riscos aos quais os pais expõem as crianças não as levando para vacinar Foto César Ferreira/Secom

Campos - “Nós temos que conversar, convencer principalmente pais da responsabilidade de imunização das crianças; se a doença voltar, que não seja em Campos e, para isso, temos que diminuir os riscos fazendo a imunização”. O alerta é do subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav) de Campos dos Goytacazes (RJ), Rodrigo Carneiro, ao comentar sobre a ameaça de a poliomielite voltar a fazer vítimas no Brasil.
“É muito provável que a Poliomielite irá voltar no país e, isso, é uma questão de tempo”, reforça Carneiro, lembrando: “desde 1989 nós não temos um caso autóctone no Brasil e em 1994, cinco anos depois, a Organização Mundial de Saúde (OMS) conferiu o selo de erradicação da doença; então, nós estamos retrocedendo de maneira vergonhosa em relação aos cuidados de saúde pública”.
Na opinião do subsecretário, “isso é responsabilidade de todo mundo”, apontando que a pólio é extremamente transmissível. As observações foram feitas nesta segunda-feira (17), durante a 35ª Reunião do Gabinete de Crise e Combate à Covid-19 e Outras Doenças Emergentes e Reemergentes, desdobrando “SOS vacinação” lançado no final da semana na Câmara Municipal.
Os dados apresentados da cobertura vacinal para crianças e adolescentes em Campos, mostram que mais de 50% estão vulneráveis à infecção; a baixa adesão é atribuída aos pais e responsáveis, principalmente em relação às vacinas que protegem contra a pólio; preocupadas, as autoridades em saúde do município pregam união de forças para aumentar o número de crianças vacinadas.
O assessor técnico da Subpav, Charbell Kury, lembra que hoje existe um esquema vacinal chamado misto, feita aos dois, quatro e seis meses: “então, bebês menores de um ano não fazem mais gotinha, diferente do que fazia antigamente; já as crianças acima de um ano até quatro anos fazem a gotinha que funciona como reforço, que é a VOP bivalente”.
Charbell acrescenta que também tem a dose extra da gotinha, aplicada durante as campanhas: “como acontece agora em Campos, e que estamos correndo atrás para que a cidade atinja o mínimo de 95% de cobertura, que no município já foi de mais de 100%”.
Quanto à Covid-19, a estabilidade para novos casos mantém Campos na Fase Branca; porém, Charbell observa que a doença está cada vez mais com características para se tornar endêmica, mas chama à atenção: “para isso é preciso que a população continue vacinando”, assinalando que “para doses de reforço o número de vacinados não é satisfatório, tendo apenas 215.809 pessoas recebido a 3ª dose e somente 85.690 voltaram aos postos para fazer a 4ª dose”.
A conclusão é de que o quadro geral de vacinação de menores em Campos é considerado preocupante em todos os aspectos, com foco principalmente na poliomielite; e os maiores responsáveis, segundo avaliam as autoridades médicas, são os pais ou responsáveis que ainda não levaram os filhos para serem imunizados.