Parte do prédio já havia desabado e incêndio teve início na noite de ontem, alastrando com rapidez Foto Divulgação
A perícia da Polícia Civil ainda não conseguiu descobrir a causa do incêndio, mas uma das possibilidades é que possa ter surgido, acidentalmente, de algum dos moradores de rua acostumados a pernoitar no local, que está abandonado há vários anos; segundo moradores próximos, usuários de drogas também utilizavam parte do espaço.
Tão logo perceberam a fumaça, vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros que rapidamente iniciou as ações; os agentes informaram que as péssimas condições da estrutura podem ter contribuído para que o fogo alastrasse rapidamente, atingindo os três andares. Embora ocupantes de prédio vizinho tivessem que ser retirados, o procedimento foi apenas por questão de segurança.
O Dia apurou que o prédio – que fica na Rua Carlos Lacerda, há cerca de 500 metros do quartel do Corpo de Bombeiros, no centro da cidade – pertence a membros da histórica família Mendonça, descendente do comendador José Carneiro da Silva (Visconde de Araruama).
Em algumas oportunidades, o Coppam buscou entendimento com responsáveis pelo imóvel (que moram na cidade do Rio de Janeiro), visando solução; uma das reuniões aconteceu em junho de 2018, logo depois de parte da estrutura ter desabado, levando a Defesa Civil a isolar a área.
Na oportunidade, a então presidente do Coppam, Cristina Lima, informou que herdeiros e inventariantes se dispuseram a fazer doação do imóvel à prefeitura, mas que o processo não foi finalizado; ela afirmou que aguardava uma posição oficial dos responsáveis, para avaliar que medidas seriam adotadas.
De acordo com informação da atual diretoria do Coppom, em nota, neste sábado, no dia 11 de dezembro do mesmo ano, o representante da família, de nome Paulo Marques de Mendonça Lima, foi questionado pelos membros do Conselho sobre as medidas para proteger o imóvel das chuvas de verão que sempre acontecem nesse período.
“Paulo Marques foi aconselhado a buscar parcerias para executar o serviço, oferecendo o imóvel em troca da realização da obra; a orientação foi aceita” pontuou o Coppam, acrescentando: “o representante da família disse que a recuperação total do prédio havia sido avaliada entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões e que, com o estado atual do imóvel, não saberia estimar o custo”.
Paulo Marques teria afirmado que já tinha um contato agendado com uma imobiliária e esperava avançar na negociação, ficando de manter o Conselho informado. Confirmando a informação de Cristina Lima, a atual diretoria do Coppom concluiu: “em junho de 2018 o órgão revelou que os donos tentaram doar o Hotel Flávio à Prefeitura, mas que o processo não foi concluído, de modo que a responsabilidade pelas melhorias no local continuam sendo dos herdeiros; a prefeitura, naquele período, havia demonstrado desinteresse na doação”.
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