Pascoutto (de camisa quadriculada) esteve inspecionando o local com a equipe técnica da Defesa Civil Foto Sheila Leal/Divulgação
O local está abandonado há vários anos e vinha sendo utilizado por usuários de drogas e mendigos; a estrutura está totalmente comprometida, tendo sido isolada, havendo necessidade também de isolar um estacionamento e o imóvel vizinhos, devido aos riscos de desabamentos.
Pascoutto, o subsecretário de Defesa Civil Edison Pessanha e uma equipe técnica estiveram nessa segunda-feira inspecionando a estrutura do Hotel, que fica na Rua Carlos Lacerda, no centro da cidade e está tombado pelo patrimônio histórico desde 2013; diversos focos de incêndio foram identificados.
Houve necessidade de acionar o Corpo de Bombeiros. Segundo o secretário, as chamas já tomavam inúmeras peças de madeiras maciças de grandes proporções, “algumas com dimensões de seis metros de comprimento e 50 centímetros de espessura, que formam colunas e vigas do antigo prédio de três pavimentos”.
“Devido ao intenso calor do incêndio, houve dilatação do paredão de cerca de 15m de altura, com o desprendimento dos tijolos para fora da parede lateral, no lado esquerdo do prédio, que caíram no estacionamento, o que levou à interdição”; Pascoutto ressalta que o mesmo teve que ser feito com o imóvel que fica situado do outro lado.
A partir da vistoria pormenorizada, um relatório está sendo elaborado, para a adoção das providências legais cabíveis: “identificamos vários focos de incêndio e acionamos o Corpo de Bombeiros, que debelaram as chamas e fizeram o rescaldo; não cabe à Defesa Civil decidir sozinha pela manutenção do que restou do prédio ou pela demolição”, explica.
As medidas já adotadas pela Defesa Civil são enumeradas por Pascoutto: “renovamos entendimento com o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) para manter a interdição do trecho da Rua Carlos de Lacerda, bem como orientamos o acesso restrito ao prédio residencial e a interdição do estacionamento que fica ao lado esquerdo do prédio, porque grandes tijolos, que sofreram aquecimento, estão se soltando e caindo no pátio onde os carros ficam estacionados”.
O secretário acredita que no máximo até essa quarta-feira (23) haja uma definição quanto à medida final a ser adotada em relação ao prédio: “o telhado, dois pisos e paredes internas já foram destruídos pela ação do tempo e pelo incêndio anterior, em 2019, e agora novamente no sábado”, acentua Pascoutto; a reportagem tentou ouvir Maria Auxiliadora sobre a posição do Coppam, mas ela não retornou a ligação.
De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom), o Hotel Flávio está desativado e é tombado pelo Coppam: “trata-se de um prédio do século XIX que foi construído para residência da nobreza campista; o imóvel pertenceu a familiares do Visconde de Araruama e também abrigou a família do Barão de Itaóca, último presidente da Câmara Municipal do Império, no século XIX”.
A Secom resume ainda que, após abrigar famílias nobres, no século XX, o antigo Hotel Flávio, que funcionava na Praça São Salvador, foi transferido para o imóvel da Carlos Lacerda: “sem manutenção, parte da estrutura em madeira (não havia concreto na época da construção) e da alvenaria começaram a apresentar desgastes pela ação do tempo; o antigo prédio foi tombado pelo Coppam em 12 de setembro de 2013”.
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