É comum acharmos que os espíritos se apegam somente às pessoas, mas muitos, também se apegam às coisas. Tudo depende da elevação deles. Certas entidades se apegam aos objetos terrenos. Têm espíritos que ainda dão muito valor às riquezas amealhadas quando ainda estavam encarnados aqui na Terra. Esta é a razão pela qual eles continuam rondando suas mansões onde ‘montam guarda’ ao seu patrimônio.
Os espíritos mais evoluídos, que já não estão apegados à Terra, preferem os lugares onde possam distribuir amor. São atraídos muito mais pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Alguns deles, podem ter preferência por determinados lugares. O apego dos espíritos por um lugar não é um sinal de inferioridade, e muito menos é uma prova de que sejam espíritos maus. Uma entidade até pode ser pouco adiantada, sem que por isso seja má.
Não existe qualquer sentido na crença de que os espíritos tenham só tenham preferência por cemitérios e construções abandonadas. As entidades vão a tais lugares como a qualquer outro. A nossa imaginação é despertada, porém, pelo aspecto sombrio de certos locais. Isso é resultante do medo que nos é incutido na infância. Quantas vezes o medo não tem feito que se tome por fantasma a sombra de uma árvore ou por alma do outro mundo, o grito de um animal ou o sopro do vento? Crenças supersticiosas são alimentadas pelas narrativas poéticas e pelos contos fantásticos infantis.
Na verdade, os espíritos gostam da presença de pessoas e, por isso, preferem os lugares habitados aos vazios (embora existam aqueles que preferem a solidão). Eles podem ir a lugares desertos, como para qualquer parte. Espíritos se reúnem em maior número nas cidades e nas casas do que no interior de bosques. Outra coisa: entidades não têm predileção por determinados dias e horas para se reunirem. Os dias e as horas são medidas de tempo para uso dos homens e para a vida corpórea, das quais os espíritos não necessitam.
A ideia de que os espíritos aparecem de preferência à noite é pura superstição. Só que algumas entidades anunciam sua vinda para dias certos e determinados como a sexta-feira, por exemplo. Da mesma forma são as entidades que preferem frequentar os túmulos onde repousam seus corpos. Ora, já que o corpo não era mais do que uma vestimenta, os espíritos também não dão a menor importância ao corpo que os fazia sofrer. São as preces que por eles fazemos junto de seus túmulos que os atraem, e não o cemitério em si.
Partindo do entendimento que têm lugares que atraem mais facilmente os espíritos, como nos túmulos em que seus corpos foram enterrados ou nos aposentos onde viveram, é natural que esses lugares exerçam maior atração para eles. É por causa disso que não é exatamente falsa a crença de que existem aparições em lugares que são apelidados de ‘mal-assombrados’. Certos espíritos podem se sentir atraídos por objetos materiais e por esses locais, onde parecem estabelecer ‘domicílio’. Faz parte. Não ficam por lá, todavia, para assustar quem quer que seja.
Eles podem se estabelecer numa residência visando a proteger uma pessoa ou a própria família, se forem boas entidades. Não há sentido em temer os lugares frequentados pelas entidades. Aliás, havendo espíritos por toda parte, sempre os teremos ao nosso lado, onde quer que estejamos, mesmo nas casas mais tranquilas.
Os espíritos podem manifestar sua presença por meio de ruídos e até se tornando visíveis, mas nunca provocando medo. Na maioria das vezes, são entidades bondosas que desejam comprovar sua presença. Como sempre, os que perturbam nossa tranquilidade são espíritos que se divertem, que logo se cansarão, quando perceberem que não conseguem amedrontar ninguém.
Resumindo: há entidades que se apegam a certos lugares, preferindo permanecer neles, embora não tenham necessidade de manifestar sua presença por meio de efeitos sensíveis. Qualquer lugar pode servir de morada predileta de um espírito, sem que isso implique necessariamente a produção de alguma manifestação da parte deles.
Os espíritos que se prendem a certas localidades ou a coisas materiais, não são espíritos superiores, o que não quer dizer que sejam maldosos. Não raro, são até mais úteis do que prejudiciais, já que podem proteger as pessoas pelas quais se interessam.