Antes de mais nada, vamos deixar claro o que é obsessão. É a influência de espíritos inferiores sobre alguém, podendo chegar ao ponto de dominar sua vontade. O obsessor importuna e pode chegar a atormentar quem é obsidiado. Não vamos, contudo, desenhar obsessores como aqueles monstros de filme japonês. Obsessores não são Godzillas.
O obsessor é uma pessoa como nós, não é alguém que só vive para fazer maldades. Pode ser alguém que nos amou ou quem amamos em outras vidas, ou até mesmo alguém que sofreu por nossa causa. O termo obsidiado se refere à ‘vítima’ do obsessor, isto é, aquele que é importunado.

São várias as causas da obsessão, entre elas, as deficiências morais, a vingança de inimigos desencarnados ou a mediunidade mal empregada. Na verdade, a obsessão sempre decorre de uma imperfeição moral. Por esta razão, é fundamental acabar com a causa dessa influência.

O melhor caminho é nos empenharmos em condutas que pontifiquem a honestidade, a dignidade, a sinceridade, o empenho, a justiça, a compreensão, a tolerância, o amor e o respeito, como pontua Edvaldo Kulchesky. Todos que possuem faculdade mediúnica estão sujeitos à obsessão, que começa de forma simples, já que os obsessores usam de vários artifícios para conseguirem o seu intento.

Podem apelar para a fascinação quando o médium acha que é assistido por espíritos superiores, mas que na verdade, não passam de mistificadores, que sabem explorar sua vaidade, lisonjeando suas faculdades e colocando-o como um missionário com importante papel no mundo. O médium chega ao estágio da subjugação, quando o obsessor o domina completamente, tanto sua inteligência quanto sua vontade, diz Kulchesky.

Nem sempre se nota a presença do obsessor, mas a sua ação é notada pela sua influência sobre a mente do médium. Para isso acontecer, devem os dois - médium e obsessor -, estar vinculados pelo passado ou se encontrarem na mesma faixa vibratória.
E como reconhecer se estamos sob a influência de um obsessor? Não é muito difícil. Há características fáceis de serem identificadas. Vamos lá:

1 - persistência de um espírito em se comunicar à força ou não, seja pela escrita, seja pela audição, mesmo opondo-se a outros espíritos;
2 – quando o médium não percebe a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3 – quando o médium acredita que os espíritos que se comunicam são infalíveis e que, sob nomes respeitáveis, fazem afirmações falsas ou absurdas;
4 – a confiança do médium nos elogios que lhe são feitos por espíritos;
5 – quando o médium começa a afastar de seu convívio pessoas que emitem boas opiniões;
6 – reagir negativamente às críticas das comunicações que recebe, achando-se acima do bem e do mal;
7 – a necessidade incessante e até inoportuna de escrever;
8 - constrangimento físico qualquer, dominando a vontade do médium, fazendo-o agir ou falar coisas impróprias;
9 – quando surgem ruídos e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele a causa e o objetivo.
São três as variedades de obsessão. Vamos a elas.
1 - Obsessão simples: o espírito inferior procura, através de sua persistência, intrometer-se na vida do obsidiado, dando-lhe as mais estranhas sugestões que na maioria das vezes, contrariam a forma habitual de proceder e pensar da vítima. O obsidiado pode facilmente identificar que está sob a influência de um espírito inferior, evitando um campo energético favorável à sua ação.
2 – Fascinação: nesta variedade, o obsessor se insinua a princípio discretamente e vai ganhando terreno, enraizando-se pouco a pouco até se instalar definitivamente. Ele acaba sendo aceito pelo obsidiado, formando um fenômeno de simbiose psíquica. Na variedade obsessiva de fascinação, o médium acredita estar sendo guiado por uma entidade espiritual de alto gabarito, pois ela usa nomes de personagens famosos. E ai de quem lhe fizer qualquer objeção ou crítica: o médium fica magoado e se afasta das pessoas.
3 – Subjugação: é o fenômeno de uma criatura encarnada estar sob domínio completo e total de uma entidade desencarnada. Nessa variedade, o espírito obsessor não toma o lugar no corpo do obsidiado. O que há é uma supremacia da sua vontade, dominando completamente a do médium. A pessoa nesse estado realiza coisas que no estado normal não realizaria, diz e faz o que não é do seu costume habitual.
Semana que vem, vamos falar da desobsessão.
Tanya Nunes