Você já deve ter ouvido a expressão ‘encosto’, significando que almas do outro mundo estão ‘encostadas à pessoa’, isto é, ela sofre a influência de um espírito sofredor, um obsessor.

Quem padece dessa influência se sente mal, instável, podendo até exibir sintomas de doenças físicas ou mentais, tendo outros sintomas como temor de tudo e de todos, insegurança, aflição, desespero sem motivo, dores de cabeça, tonteiras e depressão, angústia, vontade de chorar, tem maus pressentimentos, arrepios no corpo, pensamentos negativos e até vontade de se suicidar.

Só pode receber o tratamento da obsessão se a pessoa obsediada, isto é, a ‘vítima’, esteja interessada em ser tratada. Objetivamente, há necessidade do próprio interessado ou das pessoas que o rodeiam, buscar os meios necessários à desobsessão.

A obsessão é um processo espiritual que deve ser tratada buscando entender o que está ocorrendo. Normalmente, o tratamento é feito por um grupo de médiuns e nunca por um, isoladamente. O ideal é que seja num centro espírita ou de Umbanda. Os meios pedem leituras que contribuam para a elevação moral, participação de reuniões doutrinárias, passes e preces.
É óbvio que precisamos ficar atentos à resistência do obsediado. Os familiares devem fazer tudo que estiver ao seu alcance para ajudar a afastar os obsessores. Não adianta ter pressa, pois o processo de desobsessão é quase sempre demorado. Não notando melhoras, os mais apressados abandonam o tratamento. A perseverança e paciência são fundamentais.
Se por um lado, o passe é importante, a sessão de desobsessão é fundamental. Um grupo de médiuns chefiados por um bom orientador é capaz de esclarecer ao obsessor os males que está praticando. Até porque, a vítima de hoje pode ter sido o torturador de ontem. O correto é o obsediado não estar presente nessas reuniões que exigem rigoroso preparo doutrinário por parte de todos. Cabe ao obsediado ficar em casa lendo preces e meditando para auxiliar o trabalho.
A desobsessão visa livrar o obsediado de sua prisão mental. O tratamento da obsessão exige doutrinação, isto é, o esclarecimento por parte dos espíritos envolvidos, encarnados e desencarnados. Nos casos de obsessão grave, que envolvem degeneração, subjugação ou fascinação, será fundamental que o paciente tenha instrução semanal, lembra Edvaldo Kulchesky. São situações em que a pessoa enferma está sem condições de agir por sua vontade ou tomar decisões a respeito de sua conduta.
Nos casos de obsessão grave faz-se necessário agir sobre o ser inteligente, com o qual se deve falar com autoridade. Essa autoridade depende da superioridade moral. Quanto maior for, maior será a autoridade, pois para assegurar a desobsessão, é preciso convencer o espírito atrasado a renunciar aos seus maus intentos, despertar-lhe o arrependimento e o desejo do bem.
Só se termina com as obsessões severas com um trabalho feito junto do espírito obsessor, convencendo-o a deixar de perturbar o obsediado. Isso só poderá ser feito por meio de sessões mediúnicas realizadas exclusivamente para esse fim, relembrando que o paciente nunca deve estar presente. É fundamental identificar as razões da perseguição para que ele abandone sua influência negativa.
Não é raro se deparar com casos de obsessão que envolvam a família nas causas da enfermidade. Algumas famílias são formadas por espíritos que viveram juntos em encarnações passadas e cometeram delitos graves contra alguém que, mais tarde, por guardar ódio no coração, tornou-se um obsessor.

Quando nas investigações em torno da obsessão se suspeitar desse envolvimento, convém que a família do perturbado seja convidada a frequentar a casa espírita ou umbandista pelo menos durante o período de tratamento. Isso poderá facilitar e apressar a obtenção de resultados satisfatórios.
Tanya Nunes