É comum nosso espírito desprender-se momentaneamente de nosso corpo físico. Isso se chama emancipação da alma, quando os laços que a unem à matéria ficam mais tênues, mais flexíveis e o corpo perispiritual age com maior liberdade. E isso acontece comumente durante o sono, quando cessam as atividades físicas motoras e sensoriais.

Em torno de um terço de nossas vidas, passamos dormindo, quando nos restauramos física e espiritualmente. E é aí que acontecem algumas experiências extraordinárias. O sonho é a lembrança dos fatos, dos acontecimentos ocorridos durante o sono. E não representam uma fantasia das nossas almas.

O sono liberta parcialmente a alma do corpo, já que o espírito jamais está inativo. É quando podem ocorrer as lembranças do passado e, às vezes, a previsão do futuro, adquirindo mais liberdade de ação. Nessas ocasiões, podemos entrar em contato com outros espíritos encarnados ou desencarnados, destaca Edvaldo Kulchesky. Quando dormimos, nossas almas procuram espíritos superiores que estudam, trabalham e nos dão conselhos.
Martins Peralva salienta que têm três tipos de sonhos: comuns, reflexivos e espíritas. Os comuns são os que repercutem nossas condições disposições físicas ou psicológicas. Já os reflexivos exteriorizam as impressões e imagens arquivadas na mente do espírito. E finalmente, os sonhos espíritas, que mostram uma atividade real e efetiva do Espírito durante o sono.

O espírito, ao se desligar parcialmente do corpo, vê-se envolvido pela onda de imagens e pensamentos de sua própria mente, num turbilhão de energias e ondas vibrando sem cessar. Nos sonhos comuns, quase não há exteriorização perispiritual. O sonho é puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações.

Os sonhos comuns são o reflexo de impressões e imagens arquivadas no cérebro durante o dia. É quando o espírito flutua na atmosfera sem se afastar muito do corpo. Ele ‘mergulha’, diz Kulchesky, no oceano de pensamentos e imagens que povoam a sua memória.

Nos sonhos reflexivos, a alma abandona o corpo físico, ligando o espírito com fatos e paisagens remotos, desta e de outras existências que podem ter ocorrido há séculos e milênios que ficam gravados em nossas memórias. As entidades espirituais poderão revivenciar acontecimentos de outras vidas, cujas lembranças nos tragam esclarecimentos, lições ou advertências.
Só que tem um detalhe desanimador nos sonhos reflexivos: geralmente, eles são imprecisos, desconexos, frequentemente interrompidos por cenas e paisagens inteiramente estranhas, sem ordem e sequência. E aí, quando a gente desperta, recordamos muitas coisas consideramos incompreensíveis.

Já nos sonhos espíritas, há uma ampla exteriorização do perispírito. Léon Denis chama esses sonhos de ‘profundos’ pelas suas características de emancipação da alma. Nesse tipo de sonho, a alma, desprendida do corpo, exerce atividade real e efetiva, encontrando-se com parentes, amigos, instrutores e também com os inimigos desta e de outras existências.
O sonho é a lembrança do que o espírito viu durante o sono, mas nem sempre nos lembramos daquilo que vimos ou de tudo o que vimos. E por que não nos lembramos de todos os sonhos? Porque o que chamamos de sono, é o repouso do corpo, já que o espírito está sempre em movimento. No sono ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros aqui ou em outro mundo. Só que o corpo é de matéria pesada, bruta, dificilmente conservando as impressões recebidas pelo espírito durante o sono.

Isso explica, ressalta Kulchesky, porque raramente lembramos de nossos sonhos. Seria porque não sonhamos? As pessoas que não lembram dos sonhos é porque eles não foram registrados no cérebro físico. Ficaram apenas registrados no cérebro do perispírito. Quando recordamos dos detalhes dos sonhos, é porque tivemos predisposição cerebral para os registros. O fato de não lembrarmos dos sonhos não significa que não tenhamos sonhado. De fato, vivemos uma vida no plano espiritual, só que não a recordamos.

Sábado que vem, vamos detalhar os significados de alguns sonhos.
Tanya Nunes