Médiuns experientes têm sensibilidade mediúnica e, por isso, podem descobrir a identidade dos espíritos e seus respectivos graus de evolução das entidades espirituais. Esses espíritos podem também transmitir tanto sensações agradáveis como desagradáveis, dependendo da sua condição espiritual.

Espíritos dificilmente escondem o estado que se encontram. Essa é a razão pela qual espíritos acabam transmitindo mensagens que podem até chocar. Edvaldo Kulshesky salienta que entidades evoluídas são objetivas e simples, enquanto que os espíritos atrasados usam comunicações cheias de palavras difíceis, amontoadas em frases brilhantes, mas de sentido completamente vazio, às vezes, até contraditório.

A vidência é um recurso valioso, mas é um privilégio de poucos. A vidência é um bom recurso pois identifica o espírito desencarnado, mas depende muito do médium, da sua segurança, de seu equilíbrio. Por isso, não se deve basear tão somente neste recurso para identificar um espírito.

É natural que uma entidade espiritual que sempre se comunica conosco, acabe por se tornar conhecida e querida a ponto de ser considerada elemento do próprio grupo. Isso é muito comum nos centros umbandistas, onde pretos velhos e caboclos se tornam entidades queridas dos frequentadores.

Espíritos que incorporam numa sessão vêm para orientar e consolar, mas também podem vir para serem orientados e consolados, recebendo o alívio da prece. E aí, vem a pergunta: é tão importante saber a identidade desse espírito? Se durante a atividade mediúnica o objetivo é atender a quem precisa, não há sentido ficar buscando identificar as entidades por pura curiosidade, lembra Kulshesky.

Chega a ser inoportuno ficar pedindo o nome da entidade, além de dados de sua vida pregressa. É absurda essa busca pela sua identificação, já que o mais importante é atender a entidade com carinho e amor, proporcionando-lhe esclarecimento e conforto espiritual. A verdade é que o nome usado pelo espírito não é importante porque não influi na mensagem. O que interessa é o seu conteúdo.

Um dos maiores obstáculos para a divulgação e aceitação do Espiritismo é a mistificação, quando uma entidade tenta enganar os presentes quanto à sua identidade e à sua posição espiritual. Edvaldo Kulshesky destaca que a mistificação pressupõe engodo, engano, mentira, sendo produzida por espíritos desencarnados através dos médiuns de forma consciente ou inconsciente. Não esquecendo que na mistificação sempre existe o desejo de enganar, trapacear, dar características de verdade ao que é falso.

Os espíritos inferiores, os mistificadores, só enganam os que se deixam enganar, continua Kulshesky. Há pessoas simples e pouco instruídas mais difíceis de enganar do que outras. Uma das formas é através dos elogios, envolvendo assim os próprios médiuns. Espíritos superiores não ostentam nenhum sinal. Suas ideias e linguagens são inequivocamente superiores.

Esses espíritos devem ser evocados criteriosamente, evitando-se, por exemplo, consultas particulares. Ainda assim, nem sempre as entidades querem ou podem responder ao nosso chamado. Na antiguidade, as pessoas evocavam os mortos, comercializando seus dons de comunicação com os mundos invisíveis para proveito próprio ou dos seus clientes.

As comunicações que se obtém dos espíritos muito elevados, são preciosas, pelos altos ensinamentos que encerram. Esses espíritos conquistaram um grau de perfeição que lhes permite penetrar mistérios que escapam ao alcance vulgar da humanidade.

A verdade é que uma das maiores dificuldades nos médiuns é identificar os espíritos. Isto porque os espíritos tomam nomes que nunca lhes pertenceram. Julgamos os espíritos pela sua linguagem, conhecimentos e vibrações fluídicas. Para o espírito que só diz a verdade, pouco importa quem foi ou é, mas se identifica-se como um personagem ilustre e fala bobagens e infantilidades, está claro que é um espírito inferior.
Tanya Nunes