Não existe experiência mais impactante do que a de alguém que se defronta com um médium que está recebendo o espírito de uma pessoa já falecida. E ainda dá prova da sua identificação. Pois foi isso que aconteceu quando um mundo novo se abriu aos olhos da humanidade, quando foi apresentado ao Mundo Espiritual, habitado por seres que através da morte já haviam abandonado o corpo.

Existem quatro tipos de comunicações de espíritos, isto é, as manifestações provocadas por pessoas que já viveram na Terra: grosseiras, inúteis, sérias e as instrutivas, lembra Edvaldo Kulshesky. Isso faz parte da hierarquia espiritual. Nem todos os espíritos estão aptos a responder todas as questões. Cada um só pode falar do que sabe. Também não há impedimentos para os espíritos levianos (inferiores) aproveitarem-se da credulidade e do excesso de fé (fanatismo) para até orientar e ensinar as pessoas que não analisam e nem raciocinam logicamente.

Essa é a razão porque deve-se avaliar as comunicações para se saber da elevação ou da baixeza das ideias, do saber, da ignorância, vícios ou virtudes. As comunicações podem ser grosseiras, aquelas cheias de palavrões ou citações indecorosas. Têm as comunicações fúteis, sem valor, sem qualquer importância. Já as comunicações sérias são as mais ponderadas, quando o espírito só falará do que sabe e ou precisa. E finalmente, as instrutivas, que induzem ao conhecimento fundamentado e lógico.

As comunicações grosseiras provêm de espíritos ainda inferiores, ignorantes, revoltados, maldosos segundo seu caráter. Geralmente, são entidades perseguidoras, verdadeiros obsessores. Essas entidades podem se comunicar por médiuns que lhes proporcionem essa oportunidade. Neste caso, se o médium não tem o mesmo caráter grosseiro devido à boa educação mediúnica, ele consegue filtrar e reprimir o que seja indesejável, destaca Kulshesky.

Nas manifestações grosseiras, as comunicações podem ser vulgares, desprezíveis, obscenas, insolentes, arrogantes, voltadas para o mal e cruéis, sem qualquer piedade. Já as comunicações inúteis, as sem qualquer importância, desnecessárias, são comunicações que não dizem nada, às vezes, repletas de absurdos, sem nenhum senso lógico. Essas comunicações nada têm de indecorosas, mas também não são sérias. São mensagens irresponsáveis. Eventualmente podem ser maldosas, irônicas, apresentando duras verdades que ferem.
O problema é que essas comunicações inúteis podem trazer no seu bojo mistificações. São geralmente espíritos que se prestam a revelar o futuro, predições e palpites no destino das criaturas. A má notícia para as pessoas que procuram este tipo de comunicação é que elas se afinam com os esses espíritos levianos. E os espíritos sérios se afastam por não encontrarem oportunidade para se comunicarem. As comunicações inúteis emanam, lembra Kulshesky, de espíritos levianos (imprudentes), zombeteiros os que adoram zombar), brincalhões (os que se divertem) e os maliciosos (os espertos).

As comunicações sérias são as ponderadas em relação aos assuntos abordados, pois o espírito só falará do que sabe. Nem todos os espíritos sérios, contudo, são igualmente esclarecidos, pois há muitas coisas que eles ignoram. Sendo assim, o ensino atinge o limite de conhecimento do espírito. Os espíritos superiores nos recomendam que submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica.

Essa análise é recomendada devido a comunicações sérias poderem ser verdadeiras ou falsas. As falsas são provocadas por espíritos pseudo-sábios ou presunçosos que procuram conseguir prevalência das mais falsas ideias e do mais absurdo sistema. E para melhor serem acreditados se utilizam de nomes respeitáveis (apóstolos, santos etc).
As comunicações instrutivas são as comunicações sérias, verdadeiras, que induzem a criatura a um conhecimento fundamentado e lógico. São mais profundas e elevadas, quanto mais elevado for o espírito que as dita. Em uma reunião de pessoas interessadas em passatempo, curiosidade, que faria um homem interessado num assunto sério? O mesmo ocorre no mundo espiritual. O meio seleciona a categoria de espíritos que atua sobre si.
Tanya Nunes