Embora não se considerem, aqueles que fazem uso de qualquer tipo de cigarro eletrônico são, sim, fumantes.Renz Macorol/Pexels

Estima-se que a mortalidade geral seja duas vezes maior nos fumantes se comparado aos não-fumantes. Ainda assim, apesar de ser um importante fator de risco e, cuja remoção repercute significativamente na redução da morbimortalidade, os dados associados a prevalência de tabagismo na população brasileira são esparsos. As estimativas oscilam entre 32% e 42% da população, sendo maioria homens entre a 3° e 6° década de vida e posição socioeconômica inferior.


Cerca de 100 milhões de pessoas no mundo usam o tabaco e o uso de narguilé, após 45 minutos de sessão, eleva as concentrações plasmáticas de nicotina, de monóxido de carbono expirado e os batimentos cardíacos, equivale a tragar 100 cigarros (Menezes et al., 2015). Ademais, maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio.
 
Nesse caso, o culpado não é apenas o tabaco e sua composição específica para este produto, mas também as essências e o carvão, utilizado para aquecer a mistura. Todavia, os riscos do uso do narguilé não estão relacionados somente ao tabaco, mas também a doenças infectocontagiosas: o hábito de compartilhar o bucal entre os usuários pode resultar na transmissão de doenças. É importante destacar que a dependência pode ser a porta de entrada para o uso regular de outros produtos de tabaco.
 

O cigarro eletrônico, também chamado de vape, e-cigarro, e-ciggy ou e-cigarette, é um dispositivo eletrônico para fumar. É um aparelho mecânico-eletrônico alimentado por bateria, cujo no interior há um espaço para a inserção do cartucho ou refil de nicotina líquida, disponível nas concentrações que variam entre zero e 36mg/mL ou mais em alguns casos. O atomizador aquece e vaporiza a nicotina. Durante a sucção da tragada, o sensor é acionado e deflagra a ação do microprocessador responsável por ativar tanto a bateria quanto à luz de LED (pequeno dispositivo luminoso), geralmente de cor laranja, localizado na ponta do cigarro que simula a brasa durante a tragada. Algumas marcas dizem comercializar aparelhos com ou sem nicotina.
 
Ao tragar os vapers (denominação das pessoas que utilizam aparelho) absorvem os vapores gerados a partir de soluções conhecidas como e-liquids ou e-juices que contêm solventes e várias concentrações de nicotina, água e aromatizantes. Os solventes mais populares usados são a glicerina (geralmente de origem vegetal) e o propilenoglicol, além do glicerol que pode estar presente ou não. Os e-liquids não apresentam alcatrão, monóxido de carbono e nenhuma das outras substâncias comumente encontradas em produtos do tabaco. Esse tipo de dispositivo para fumo está cada vez mais popular no Brasil e no mundo. Tal e qual o narguilé os vapers causam danos à saúde do fumante.


No Brasil, esse dispositivo é proibido e tal proibição é regulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Apesar disso, os reais efeitos destes produtos sobre a saúde dos usuários ainda não são totalmente conhecidos, mesmo que os recentes casos de mortes e doenças respiratórias nos EUA e no Brasil associadas a eles tenham ajudado a levantar suspeitas contra os cigarros eletrônicos. Dentre os problemas observados no uso o fato de que o glicol e o vapor de glicerol, que são componentes da maioria dos cigarros eletrônicos, atuam como irritantes das vias aéreas superiores, além de que o contato com o vapor de glicol pode secar mucosas e olhos. Quanto aos efeitos fisiológicos do Cigarro eletrônico verificou-se irritação da faringe e tosse seca com o uso inicial do produto, além de níveis de cotinina plasmática e comprometimento da função respiratória semelhante ao cigarro tradicional.


Todos os estudos científicos apontam efeitos danosos desse hábito sempre associado ao desenvolvimento de câncer de pulmão, câncer de boca, bexiga e leucemia; doenças respiratórias, coronarianas, doença periodontal além de outras comorbidades. Por isso, é importante monitorar a iniciação do tabagismo entre os jovens, por essa ser uma ação passível de prevenção.
 
Estimular a prevenção e a iniciação ao consumo de drogas (lícitas ou ilícitas) é fundamental para a promoção de ações inclusivas, educativas e de orientação preventiva quanto aos comportamentos de risco.