Túmulo de Pedro Álvares Cabral
Túmulo de Pedro Álvares CabralThiago Gomide
Por Thiago Gomide
Os leitores já ouviram mil e uma histórias envolvendo Pedro Álvares Cabral e o “descobrimento” ou “encontro” com o Brasil.
Natural esse interesse acontecer, afinal a viagem foi uma epopeia para dar inveja em blockbuster: bandidos foram recrutados, naus desapareceram por causa de tormentas, ratos serviram como alimento e doenças apareceram aos montes, em especial o escorbuto.
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Independente se Cabral errou o caminho rumo à Índia ou se estava realmente indo colonizar o que hoje conhecemos como Brasil, o fato é que aqueles 44 dias entre Lisboa e Porto Seguro não foram fáceis. A conquista merecia ter mais crédito.
Nome importante do período das Grandes Navegações, da expansão marítima portuguesa, Pedro Álvares Cabral não tem o reconhecimento preciso – nem no país mãe nem no país filho. Os restos mortais do também navegador Vasco da Gama, a título de comparação, estão enterrados no Mosteiro dos Jerônimos, construção imponente que nos leva ao melhor do estilo manuelino. Em contrapartida, o destino dos ossos de Cabral é um mistério que assombra até os dias de hoje.
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Olha só que confusão:
Cabral faleceu em 1520, em Santarém, interior de Portugal. Triste, mas infelizmente natural.
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Inicialmente ele foi sepultado em Santarém mesmo. Em seguida, o corpo foi para a Igreja de Nossa Senhora da Graça, na mesma cidade.
Ao contrário do que imaginamos, pelo peso do morto, não havia grandes informações de quem estava ali.
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Não demorou para que a cidade natal dele, Belmonte, requeresse os restos mortais de Cabral.
Mais à frente na história, o Brasil também iria entrar na batalha, desejando homenagear de forma justa.
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Os séculos se passaram e o ano de 1882 bateu no calendário. Foi feita uma exumação e descobriram que estavam enterrados juntos os ossos de uma mulher ( Isabel, esposa dele), dois homens ( pensavam que só um filho tinha sido enterrado) e até de um carneiro.
Há quem defenda que, com a invasão francesa em 1807, esse e outros túmulos foram saqueados, destruídos ou mexidos.
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Sem tecnologia era impossível desvendar com precisão quais eram de Cabral. Quem é quem?, perguntavam com frequência.
Na virada do século XX, com o Brasil já no domínio da República, finalmente uma parte dos ossos do “descobridor” chegaram ao solo nacional. Não se tem certeza se todos são dele, evidentemente.
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De qualquer modo, foram para a imponente Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro do Rio, em frente à praça XV.
No bem cuidado salão subterrâneo que guarda o túmulo do Cardeal Arcoverde, o primeiro da América Latina, está lá o caixão pequenininho com uma informação sobre o Cabral.
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Por fim, aviso: é possível encontrar resquícios em Santarém e também em Belmonte.
Fiz um vídeo contando os detalhes dessa doideira:
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Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé
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Sob administração do Padre Silmar Fernandes, a Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé foi o espaço religioso do casamento (no Brasil) de Dom Pedro I e Leopoldina e Dom Pedro II e Teresa Cristina.
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