Aterro do Flamengo de madrugadafoto da Coluna

Na eterna luta de classes entre motoristas de táxi e de aplicativos, as informações sobre a mistura de serviços de transportes com o de sexo podem servir de munição usada pelos tradicionais profissionais contra os acusados de invasão neste mercado.  E esse não é um quadro local. Existem pontos no Brasil e no mundo em que os app especializados não conseguiram se estabelecer diante de ações judiciais e práticas de boicote contra os novos entrantes. 
Taxistas cobram investigação
Embora os relatos tenham iniciado por São Paulo, o quadro no Rio de Janeiro parece não ser muito diferente. Alguns taxistas fluminenses estariam pressionando seus sindicatos e cooperativas a cobrarem ações efetivas, diante das denúncias de casos de cadastrados nos aplicativos estarem indo além do vai e vem do trânsito.
As denúncias iniciadas pela Folha de São Paulo apontam que, através de uma combinação de códigos, prestadores de serviço cobrariam uma taxa por fora em troca de uma maior "interação" com os passageiros. Lembrando que no campo legal e da responsabilidade social, a prática de sexo não é crime, mas existem leis que penalizam quando praticadas de forma organizacional.
Diante disso, uma cooperativa fluminense, com forte atuação nas imediações de um terminal de transportes, avalia, com o seu jurídico se seria um movimento espontâneo e isolado ou poderia configurar assédio diante da  possibilidade de interpelar a aplicação de uma ação contra os aplicativos.
No Rio, locais com incidência dessa prática
No Rio de Janeiro, existiriam até pontos de incidência desta prática, como em algumas ruas ermas do esvaziado Centro da Cidade (nas proximidades da Santa Casa) logo ao anoitecer, assim como, durante as madrugadas, nas imediações da Quinta da Boa Vista - na Zona Norte e vias do entorno do Aterro do Flamengo- Zona Sul, como nas proximidades do Clube Santa Luzia, do Museu de Arte Moderna e do Obelisco.
Os principais aplicativos ainda não se pronunciaram diretamente sobre a denúncia. Mas devem iniciar nessa segunda-feira avaliações internas sobre as veracidades dos casos, se vão se emitir um pronunciamento oficial ou tomar providências mais efetivas e enérgicas nos campos administrativos e jurídicos. 
Sorria, você está sendo filmado
Diante disso, volta à pauta de discussões a possibilidade de instalações de câmeras nos veículos cadastrados. Devido ao avanço tecnológico, o barateamento e facilidade de acesso em rede, já foi feito um levantamento sobre essa proposta como forma de aumentar a segurança, diante do crescimento de golpes e assaltos evidenciados com o isolamento da Covid-19. No entanto, essa possibilidade já tinha sido arquivada diante dos argumentos legal e ético da quebra de privacidade, tanto dos prestadores como dos passageiros.