Neblina emoldurando o Pão de Açucarfoto da coluna

O mar sempre ligou o Rio de Janeiro e Lisboa. Não à toa, foi através dele que os primeiros portugueses chegaram ao Brasil. Técnicos ambientais aproveitam para reforçar esses laços históricos. Com presenças de líderes de governos e ambientalistas transitando por Portugal e parte da Europa devido a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, autoridades do Rio correram em paralelo. Desde a semana passada, equipe da secretaria de Ambiente, percorre o Velho Continente com vários projetos embaixo do braço. Estão em busca de fechamentos de acordos de vários tipos e esferas, como: parcerias, intercâmbios, investimentos e patrocínios. 
Com agenda cheia, um dos compromissos foi marcar presença no XX Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, que acontecia em paralelo à Conferência dos Oceanos. Entre as propostas levadas na bagagem fluminense, um dos destaques é o Prossegh- programa estadual de segurança hídrica. Ele prevê estudos e inciativas práticas para prevenir e mitigar efeitos das chuvas, enchentes, estiagem e poluição, assim como seus impactos na captação e geração de energia elétrica. O plano inclui mapeamento dos pontos vulneráveis e aplicar ações para proteger e recuperar os pontos mais sensíveis.
Hub fluminense de inovação
Ainda em Lisboa, a equipe ambiental deu o primeiro passo para a implementação de um hub de inovação tecnológica com foco na aceleração de startups com vocação para atuação na chamada Economia Azul e na dos Oceanos. O projeto é desenvolvido em parceria com a UERJ e tem como objetivo integrar soluções inovadoras globais destinadas a resolver desafios da sustentabilidade na economia do mar como: navegação, portos, logística, energia e saneamento. A Secretaria de Estado do Ambiente busca parceiros para a criação do primeiro BlueTech da América Latina.
O projeto também visa criar soluções de impacto alinhadas com as metas das Agenda 2030, das ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU e na redução de emissão de carbono.
“Portugal tem desenvolvido um trabalho estratégico e muito importante em temas voltados para a sustentabilidade na economia do mar, conhecer de perto essas iniciativas está sendo fundamental para também trilharmos esse caminho no estado do Rio”, explica do Secretário de Ambiente do estado do Rio, José Ricardo Brito.
O Rio de Janeiro tem um extenso litoral e grande parte de seus recurso vem do mar, a chamada economia-azul, como petróleo, pesca, cabotagem, turismo e lazer.

Encerramento
A conferência encerrou com mais 700 compromissos para minimizar a emergência oceânica, firmados por parte dos 150 países participantes. O evento aglomerou à beira mar lisboeta mais de seis mil pessoas presentes.
Discutiram ações emergências para tirar do vermelho, o chamado Planeta Azul, responsável pela regulação da temperatura, do oxigênio e por boa parte da economia mundial. Os oceanos abrigam a maior biodiversidade da Terra e e absorve mais de 30% das emissões de dióxido de carbono e 90% do excesso de calor das emissões de gases de efeito estufa.

O Brasil defende a criação de um tratado global para reduzir a poluição causada principalmente por plásticos e microplásticos. Entre outros assuntos que também se destacaram: poluição geral, degelo, elevação do nível do mar, perda da biodiversidade, pesca predatória, aquecimento...