Cidade de Paratyfoto de divulgação
“Nossa expectativa agora é que a procura por hospedagem permaneça em alta até o final do ano”, revela Manoel Linhares, presidente da Abih-Nacional.
Muitos estão evitando os deslocamentos maiores, optando por passar as férias dentro dos seus estados e se deslocando com o próprio carro, alugando um ou fazendo o trajeto de ônibus.
“Os brasileiros estão viajando pelo Brasil e o Rio de Janeiro continua sendo um destino muito apreciado, não só pelos estrangeiros”, afirma Luís Carlos Munhoz da Rocha - diretor da Helisight Helicópteros, que tem registrado aumento na procura pelos passeios de helicóptero que sobrevoam pontos turísticos da cidade, como Pão de Açúcar e Cristo Redentor.
Uma forma de tirar a prova dos nove nessa conta sobre a retomada do turismo doméstico estão as estimativas dos terminais fluminenses. Até o final de julho, devem entrar 433 mil pessoas pela Rodoviária Novo Rio. Já pelo aeroporto de curta distância, o Santos Dumont, aterrizam 596 mil passageiros, superando o Internacional do Galeão, que calcula a entrada de 458 mil pessoas.
“O Rio conta com uma rede hoteleira entre as mais modernas da América Latina. Uma infraestrutura de qualidade preparada para recepcionar, com praias e pontos mundialmente famosos” - expressa o presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes.
Demanda reprimida pela Covid-19
A flexibilização da pandemia também impacta no bom momento que o setor nacional está vivendo. E por sua infraestrutura e pelo avanço do quadro vacinal, o Rio de Janeiro tem sido uma boa opção entre os destinos locais.
"As férias de julho aumentaram o turismo do Rio no inverno. A maior taxa de vacinação e a flexibilização das medidas adotadas na crise sanitária, aliadas à forte atuação do poder público e da iniciativa privada, fizeram com que turistas de outros estados e países escolhessem a cidade como destino para curtir as atrações cariocas e eventos que estão sendo sediados no período" – explica Roberta Werner, diretora-executiva do Rio CVB.
Como o turismo é um tipo de atividade em cadeia, movimenta segmentos relacionados, alavancando a economia fluminense como um todo.
“Os números da ocupação hoteleira ratificam a retomada da atividade no Rio de Janeiro, o que beneficia toda a cadeia. As reservas realizadas através das agências de viagens para as férias de julho já chegaram ao patamar de antes de pandemia. A expectativa é de que, tanto a hotelaria, quando as atrações turísticas, os bares e restaurantes, tenham um movimento 15 a 20% maior do que em 2019” - calcula Luiz strauss, presidente Associação Brasileira de Agências de Viagens do RJ - Abav
Turismo Sustentável
Segundo pesquisa da Fecomércio, 80% dos fluminenses gostam de viajar. E destes, 72% buscam por hotéis e destinos sustentáveis. Para Luiz Strauss, as matas urbanas reforçam as vantagens da Cidade Maravilhosa
“As florestas são um atrativo a parte no Rio e equipamentos de grande potencial turístico. O Ecoturismo e o Turismo de Aventura vêm apresentando aumento na procura a cada ano. E os nossos parques – Nacional da Tijuca e Estadual da Pedra Branca - oferecem aos visitantes a oportunidade de ter uma floresta à disposição em pleno espaço urbano”.
Não resta a menor dúvida de que os passeios ecológicos estão em alta. Segundo o presidente da Associação de Turismo de Aventuras do estado, Fábio Nascimento não existem dados específicos sobre o este segmento, mas percebe-se esse crescimento ano a ano.
“Estamos buscando parcerias para essas medições. Mas podemos garantir que, na prática, quase todas as 100% das pessoas que chegam ao Rio realizam alguma atividade em uma das unidades de conservação. Isso porque quem visita o Cristo – passa pelo Parque Nacional da Tijuca e o Pão de Açúcar – pelo monumento natural do Morro da Urca”.
Aquecimento do inverno em todo o estado
Mas não somente a capital está em bem posicionada nessas férias. Embora num percentual menor, o restante do estado também apresenta boas perspectivas. Segundo a ABIH-RJ , a média fluminense está em 68,52% de ocupação dos quartos. Liderando o ranking estadual, Nova Friburgo com 90%, Miguel Pereira com 89%, Teresópolis com 85%, Petrópolis com 81%. Itatiaia/ Penedo com 75%, Angra dos Reis com 70% e Paraty com 65%.
E justamente para ferver seus termômetros durante a estação mais fria do ano, Paraty uniu o poder público e a iniciativa privada na criação de uma agenda repleta de atrações. Começa dia 17 com a Festa de Santa Rita. Envolve não só a igreja, mas também o Museu de Arte Sacra e toda a parte histórica da cidade, decorada com bandeiras brancas.
Entre 21 a 23 de julho é a vez do Festival Arte da Palavra (FARPA), que acontece no Sesc regional, debatendo com escritores locais e nacionais. Faz uma espécie de aquecimento para a Flip - Festa Literária Internacional de Paraty, que este ano acontece entre 23 a 27 de novembro.
Para os apreciadores da gastronomia regional, tem o Festival Caiçara Peixe com Banana, entre 29 de julho a 7 de agosto. Excelente oportunidade para experimentar os pratos típicos da comunidade, formada por indígenas, quilombolas e caiçaras. O evento multicultural contará ainda com um concurso gastronômico, danças e shows com músicos locais e artistas consagrados nacionalmente.
Ainda nos dias 30 e 31 de julho, a cidade vai abrigar o Aquaman, desafio de natação em mar aberto e remo. Neste ano as provas acontecerão no bucólico Saco de Mamanguá.
Para o empresário Sandi Adamiu, o município possui um leque de opções para estilos diversos.
“Vamos oferecer uma experiência inesquecível em Paraty, com atividades personalizadas conforme o perfil e as preferências de cada hóspede. É como se cada um tivesse uma Paraty exclusiva para chamar de sua”, destaca o administrador do Hotel Sandi que ainda oferece aos hóspedes oportunidades de birdwatching (observação de aves) e atelier de cerâmica.
Twitter: https://twitter.com/ColunaLuiz
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