Parque Chico Mendes RJfoto Prefeitura do Rio

A recuperação e a conservação do verde não é apenas uma ação de responsabilidade ambiental. É acima de tudo é um bom negócio - em todos os sentidos, tanto para a iniciativa privada como para o poder público e o Planeta.
A conta é simples. Só o processo de restauração da biodiversidade tem potencial de gerar um novo emprego para cada dois hectares de terras degradadas no Brasil, o equivalente a um campo de futebol. Isso sem falar no potencial e recursos provenientes da chamada indústria do turismo.
Se o país cumprir a meta comprometida com a “Década da Restauração da Nações Unidas” de recuperar 12 milhões de hectares até 2030, vai gerar 2 milhões e meio de postos de trabalho diretos. É o que aponta o estudo da British Ecological Society junto com a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica.
O secretario de Turismo do estado do Rio, Sávio Neves garante que a conservação pode ser um bom negócio. “Aqui no Rio temos a maior floresta urbana do planeta protegida sob rígidas regras da maior unidade de conservação ambiental urbana mundo”. - referindo-se ao Parque Nacional da Tijuca, onde fica a emblemática estátua do Cristo Redentor e onde foi feita a primeira experiência de restauração determinada por Dom Pedro II após a capital do Império sofrer mudanças climáticas.
O lucro ambiental e financeiro com as visitações
Por sua vez, as visitas aos parques naturais, em geral, possuem o potencial de gerar um milhão e meio de empregos, impactando mais de R$ 40 bilhões no PIB brasileiro. É o que revela outro estudo, este denominado “Parques como vetores do desenvolvimento para o Brasil” feito pela ONG Semeia. A pesquisa usou como base experiências bem sucedidas na Costa Rica, Estados Unidos, Nova Zelândia, Peru e Quênia.
Esse trabalho aponta três vertentes positivas com potencial de exploração econômica: Investimento na conservação, divulgação e promoção dos destinos com o engajamento em ações conjuntas público-privadas.
Para o presidente da Abav-RJ, Luiz Strauss, o aumento da conscientização leva à procura cada vez maior por passeios com esse tipo de conscientização, apresentando a cidade do Rio, este grande diferencial em relação a outras maiores metrópoles turísticas do mundo.
“O Ecoturismo vem aumentado a procura a cada ano e nossos parques, como o Nacional da Tijuca e o Estadual Pedra Branca que oferecem aos visitantes a oportunidade de ter uma floresta a disposição em pleno espaço urbano”.

Rio: sucesso no turismo ambiental
Os grandes cartões portais da Cidade Maravilhosa estão em áreas de conservação. “Na prática, quase todas, ou seja,  100% das pessoas que chegam ao Rio realizam alguma atividade em uma das Unidades de Conservação. Isso porque quem visita o Cristo – passa pelo Parque Nacional da Tijuca e o Pão de Açúcar – pelo monumento natural do Morro da Urca” defende Fábio Nascimento -Presidente da Associação de Turismo de Aventura do estado do RJ

Rio de Janeiro consciente
Entre os anos de 2012 e 2021, o Estado do Rio ganhou mais 135 mil hectares de áreas protegidas. A contabilidade acaba de ser feita por um estudo realizado pela Coordenadoria de Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Cooprua) da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro).

Se fizermos uma projeção constatamos que 28% do Estado do Rio está dentro de Unidades de Conservação (Ucs), fator que poder ser usado como vantagem em relação a outros players turísticos. Essa situação garante ao estado uma posição de destaque internacional no turismo ambiental que vem crescendo dentro deste segmento econômico.
“O Rio sempre teve um apelo muito forte para o ecoturismo” - ressalta Roberta Werner – Rio CVN – que acredita em um forte crescimento neste segmento.

Os dados fazem parte de um estudo apresentado pela Coordenadoria de Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Cooprua) da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro). Mais de 100 Unidades de Conservação municipais foram criadas nos últimos 10 anos, e hoje correspondem a 52% das UCs do estado, sendo as outras divididas entre estaduais e federais.

“Os impactos positivos no meio ambiente atingem a sociedade em geral. Portanto, quaisquer ações responsáveis-  que sejam para a resolução de degradação das florestas e de áreas verdes - são válidas e necessárias” - reforça Gabriel Lopes, presidente da Fundação Ceperj.

Prevenir queimadas é uma das maiores preocupações. Cinco municípios se destacam no registro de focos de calor: Campos de Goytacazes (7,07%), Resende (5,63%), Piraí (4,47%), Paraíba do Sul (4,04%) e Petrópolis (4,04%).
Juntamente a todo o trabalho de prevenção e conservação das áreas verdes, há ainda os dados analisados sobre o tratamento de água e esgoto, o que representa 279 estações em operação entre 2020 e 2022.
Sobre outros impactos ambientais, a pesquisa aponta que 13% das prefeituras fluminenses ainda utilizam vazadouros para disposição do lixo urbano enquanto 90% fazem uso de aterros sanitários.

“ [Temos] outras ações positivas de incentivo, como Coleta Seletiva - que além de estimular a sustentabilidade por meio da reciclagem, ajuda também na redução de resíduos para descarte em aterros. Há também a preservação da fauna com ações de monitoramento e a que previnem atropelamentos de animais silvestres nas rodovias do estado. E ainda, a alíquota de ICMS Ecológico repassado aos municípios que mantém fundos de reserva para conservação ambiental” - complementa Yuri Maia, Coordenador de Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Cooprua/Ceperj).
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