Anitta e Rita Lee. Reclamação recorrente e histórica no Rock in Riofotos de divulgação
Porém, fatos nada novos. Eles acompanham a linha do tempo do evento desde a sua marca zero. A mãe do Rock brasileiro, Rita Lee já fazia denúncias neste sentido desde a primeira edição e por isso, nunca mais aceitou os novos convites dos organizadores.
Sucesso Financeiro
Os sete dias de programação desta edição atraíram 700 mil pessoas, sendo 60% de fora do Estado e 10 mil do exterior. A performance econômica está sendo comemorada pelo trade do Rio, que registrou aumento de receita e um recorde na ocupação hoteleira. De acordo com o Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município (Hotéis Rio), a média de quartos ocupados no período ficou em 94,51%.
“Superou todas as expectativas ultrapassando os números obtidos nas edições anteriores e transpondo, inclusive, a ocupação hoteleira registrada no Réveillon e no Carnaval deste ano”, comemorou o presidente do Hotéis Rio, Alfredo Lopes.
Os bares e restaurantes também brindam com o faturamento 21,5% superior, segundo o presidente do SindRio, Fernando Blower.
“O Rock in Rio trouxe um público que, além de vir ao Rio para 1 ou 2 dias de show, ainda aproveitou a viagem para conhecer a cidade, passear, comer e beber. E algo que foi altamente gratificante, foi ver que as pessoas passearam por diversos bairros, não só nas proximidades do evento, mas também no Centro e na Zona Sul. Algo possível, também, pelas curtas distâncias, características dessa metrópole”, destacou.
“Há ainda os valores imensuráveis, como os ganhos com a promoção da imagem cidade antes, durante de depois do festival, por exemplo. É toda uma indústria que se beneficia e a capacidade de geração de empregos no turismo é gigantesca”, ressaltou o presidente da entidade, Marcelo Conde, acrescentando que é fundamental que as autoridades governamentais se atentem para a força do setor no fomento à economia.
E não foi só a Cidade Maravilhosa quem colheu bons frutos. Municípios do interior também registaram aumento na demanda neste período. Segundo dados da Rodoviária do Rio, houve um crescimento de 5% nas viagens saindo da Capital para o restante do Estado.
“Ficamos otimistas com a recuperação do movimento de passageiros após dois anos sem grandes eventos por conta da pandemia. O transporte rodoviário regular teve papel fundamental no atendimento a esta demanda reprimida pela capilaridade de sua operação e pela economia e segurança que oferecem ao viajante. Nesta edição do Rock in Rio alcançamos um volume de pessoas maior do que a edição de 2019 em nossas instalações, o que representou mais 10 mil embarques”, celebra Beatriz Lima, porta-voz da concessionária Rodoviária do Rio S/A.
Se trouxe lucro, também gerou trabalho para o poder público principalmente na áreas de segurança, transportes, inteligência e fiscalização. Foram necessários plantões e reforços de equipes para garantir os serviços.
Somente o Procon Carioca contabilizou 163 atos de fiscalização, notificando, pelo menos, 15 empresas por irregularidades no Rock in Rio. No segundo fim de semana, visitou 80 estabelecimentos no Parque Olímpico. A maioria dos casos por falta de documentação, seguido por inadequações sanitárias e cobranças indevidas ou abusivas.
“É importante verificar se a as normas determinadas pelo Código do Consumidor estão sendo cumpridas, para que o cidadão possa aproveitar o lazer, com seus direitos preservados. O Procon Carioca atua preventiva e repressivamente para a contenção de eventuais abusos”, explica Igor Costa, Diretor Executivo do órgão.
Entre as autuações, a que ganhou maior repercussão foi a envolvendo a Uber, notificado a respeito de cobranças de taxas extras pela prestação do serviço, sem aviso prévio. Os clientes reclamavam que após encerrar as corridas eram surpreendidos pelas mensagens: “Cobrança extra de evento especial da Uber” - no valor de R$36,90, e “Cobrança extra da Uber por local” - de R$8,00. O Procon Carioca sugeriu a suspensão, caso não haja justificativa comprovada.
“A cobrança da taxa extra não era informada previamente ao consumidor. Ele só tomava conhecimento ao verificar o recibo final, ou seja: quando já havia pago pelo serviço. E não na hora em que a corrida foi agendada”, explica Marcos Vinícius Almeida, assessor da Gerência de Fiscalização do órgão.
Já o aplicativo desmente, justificando que o preço calculado é sempre exibido ao usuário antes da efetivação da viagem. Diz ainda a nota oficial: "Em eventos de grande porte como festivais de música ou esportivos, taxas extras são aplicadas no intuito de tornar possível financiar a operação dos pontos de embarque/desembarque (como o aluguel de espaço físico, segurança privada, agentes de apoio ao trânsito e demais custos de organização e estrutura), além de eventuais repasses extras para os motoristas parceiros que se deslocam até o local, de forma que a demanda do evento seja propriamente atendida".
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