Ataques de hackers aumentam com a eleiçãoMarcello Casal Jr/Agência Brasil
“O tipo de ataque que observamos pode facilmente paralisar todos os meios de comunicação nacional, causando graves consequências não somente para as empresas e órgãos públicos, como também para toda a população", explica André Mello, vice- da NSFOCUS na América Latina, uma das líderes mundiais em segurança cibernética.
A ousadia e a habilidade dos piratas virtuais evoluem dia a dia. Se no início parecia apenas uma brincadeira de mau gosto para demonstrar força, evoluíram para atentados cibernéticos - veiculando mensagens de protesto ou contra a própria organização invadida. Agora, aumentaram os requintes para golpes para obterem vantagens financeiras, como desvios de dinheiro, pedidos de resgates para devolução do conteúdo capturado ou propinas em troca da não divulgação de materiais sigilosos ou sensíveis.
"Os dados capturados pela rede mostram que, somente em maio de 2022, houve 2 bilhões de tentativas de ataques no mundo. O Brasil representa quase 2% desse volume, o que seria algo em torno de 40 milhões de ataques no mês, ou seja, mais de 1.3 milhões de ataques diários”, contabiliza Helder Ferrão, gerente de indústrias da Akamai América Latina, empresa especializada em Segurança Cibernética.
Há duas semanas que a estação de TV vive em sobressaltos. Como consequência do sequestros de seus dados, chegou a suspender parte da programação ao vivo. Perderam acessos a seus próprios conteúdos, arquivos e documentos. Isso sem contar com o risco de verem seus dados sigilosos divulgados na Internet, assim como informações privadas de seus funcionários.
“Pessoas comuns, celebridades, qualquer um pode ser hackeado e ter dados expostos. A questão é que os hackers miram mais empresas justamente pela capacidade de cobrar resgate, pois para eles é mais lucrativo, mas pode acontecer com qualquer um” – destrincha Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação, e palestrante do TEDx.
Em relação as regiões mais afetadas, o estado do Rio de Janeiro foi o campeão, concentrando 36,71% das ameaças, seguido pelo Espírito Santo, com 35,51%.
“A cada ano que passa, as infraestruturas essenciais continuam sendo o principal alvo de ataques em grande escala”, ressalta André Mello.
Pela estatística, a maior parte das ofensivas durou menos de 5 minutos. Mostram uma preferencia pelos ataques de curta duração. Isso revela uma alta proporção de ações classificadas como transitórios, o que indica eficiência e investimento das quadrilhas em duelos técnicos com os setores de segurança corporativos.
Aqui no Brasil, a aproximação com o período eleitoral fez fervilhar essas ações que curiosamente não buscam atacar somente órgãos ligados ao controle do pleito, mas atuando de forma generalizada entre os mais diversos segmentos de organizações.
A pesquisa de uma das líderes do mercado mundial em soluções de rede, a NSFOCUS Global Threat Hunting System mostra que as ameaças são primordialmente pelo meio conhecido como DDoS, que representa, negar o acesso da própria empresa aos seus dados e contas. Somente no período entre 1º de julho e 31 de agosto, nesta modalidade, foram cerca de 225 mil sites atacados, com destaques para instituições educacionais, agências governamentais e de notícias e operadoras de comunicação. No mesmo período, em 2021, foram a metade.
Segundo a Unicef, 51% das crianças latino-americanas (incluindo brasileiras) entre 3 e 17 anos, têm acesso livremente à Internet em casa. Isso significa que cerca de 77 milhões de menores podem acessar conteúdos de variados tipos: desde aulas até sites falsos usados para roubo de dados, espalhar vírus, aplicar golpes, propagar Fake News ou mesmo, facilitar a prática da pedofilia.
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