CBF lança grupo de trabalho contra o racismo no futebolfoto de divulgação CBF
Isso sem falar na agressão sofrida pelo jogador da Seleção Brasileira, Richarlison durante a partida Brasil x Tunísia, o último amistoso antes da Copa do Mundo no Catar. Enquanto o atleta comemorava, foi arremessada uma banana pela torcida tunisiana.
Casos no Brasil
Aqui no país do futebol e que foi a última nação a abolir a escravidão, os gritos racistas ecoam nos estádios com forte ressonância. Esse ano já batemos recorde de denúncias segundo levantamento do Observatório Racial do Futebol. Até Outubro, foram 70 casos envolvendo atletas brasileiros, sendo 15% em competições sul-americanas.
Duplo preconceito: de cor e gênero
Essa semana, o Grêmio se manifestou sobre as injúrias raciais direcionadas a atletas do time feminino no Gre-Nal, válido pela presença na final do Gauchão. Às atletas Luany, Brito e Paixão registraram boletim de ocorrência junto ao Juizado Especial Criminal.
Com a frase "estou precisando de um desse (em referência ao cabelo) para fazer espanador aqui casa" foi dita para a atacante Luany. Ao irem proteger a colega, a zagueira Stephanie Brito e a goleira Iasmin Paixão também foram vítimas de injúrias raciais.
Outro caso no futebol feminino envolveu a jogadora Silmara, do Paysandu que denunciou ter sido agredida durante um jogo do Parazão. De acordo com o clube, a atleta foi chamada de "macaca" por um homem que estava do lado de fora do campo, atrás do gol adversário.
Nem crianças escapam
Um goleiro de base, de 10 anos também foi vítima durante uma partida na região da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A criança foi chamada de “Bob Esponja Negro” por adultos que acompanhavam a partida, que teve que ser interrompida com a polícia acionada.
CBF contra o racismo
Diante do aumento desses registros, a Confederação Brasileira de Futebol começou uma série de reuniões oficiais para discutir a prática deste crime e formas de coibi-la. Foi formado um grupo de trabalho que tem por objetivo discutir os aspectos legais e operacionais relacionados ao aprimoramento do marco regulatório das políticas públicas e dos procedimentos desportivos.
"Hoje, estamos dando um passo importante na aproximação de todos os agentes envolvidos no Grupo de Trabalho. O combate ao racismo e a qualquer forma de violência e discriminação é uma prioridade da minha gestão", ressaltou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
O grupo passará a se reunir periodicamente. Nesta primeira fase, que deve ser concluída até dezembro, o objetivo é aproximar os diferentes agentes envolvidos no enfrentamento, possibilitando que todos se familiarizem com diferentes perspectivas sobre o tema.
Ao todo, serão quatro etapas, que envolverão ainda o mapeamento de problemas, a geração de ideias e desenvolvimento de soluções. Ao final, as recomendações propostas serão reunidas no relatório final "Estratégia para o Combate ao Racismo e à Violência no Futebol", que será encaminhado aos órgãos competentes. A previsão é que isto aconteça até agosto de 2023.
Times contra o Racismo
Após vencer o Fluminense no Maracanã, o América lançou uma camisa especial em campanha contra o racismo. A peça é toda preta e faz parte da linha “Consciência Negra Todo Dia”. Propositalmente foi lançada antes do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
No campo internacional, jogadores da Premier League se ajoelharam em manifestações antirracistas durante as partidas que disputaram entre oito e 16 de outubro pela Liga Inglesa. O time aderiu à campanha “No Room for Racism”, em português, “Sem espaço para o Racismo”.
E essa ação deve ter prorrogação durante o tradicional "Boxing Day", rodada de fim de ano após a Copa do Mundo de 2022.
e-mail: pautasresponsaveis@gmail.com
Twitter: https://twitter.com/ColunaLuiz
Instagram: https://www.instagram.com/luiz_andre_ferreira/
Linkedin: https://www.linkedin.com/in/luiz-andr%C3%A9-ferreira-1-perfil-lotado-08375623/
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.