Home equity, modalidade que usa o imóvel quitado e registrado como garantia, permite usar o dinheiro para reforma, abrir um negócio, viajar ou estudar foraFreepik

Mais conhecido como home equity, a modalidade que usa o imóvel como garantia de empréstimo e que é muito utilizada nos Estados Unidos, vem ganhando ainda mais força no Brasil, especialmente na pandemia. Júlio Vieira, diretor da BidYou, assessoria de investimentos em ativos imobiliários, conta que, de acordo com o Banco Central, houve um crescimento de 61% na procura em 2020 em relação a 2019. “Este ritmo continua este ano, pois com o prolongamento da crise da Covid-19, as pessoas físicas e os empresários buscam no home equity uma forma de se capitalizar com melhores taxas. Seja para o pagamento de dívidas (antigas e mais caras) ou injeção de capital de giro no seu negócio”, explica Vieira. Segundo o executivo, de janeiro a setembro a BidYou registrou alta de 30% na procura por este modelo de crédito. Vale lembrar que para usar o seu bem como garantia ele tem que estar quitado e legalizado no registro geral de imóveis (RI) competente.

A tendência também é observada por Antonio Carlos Oliveira, diretor executivo da ACT (Assessoria para Crédito Imobiliário), de Salvador (BA). Nos últimos 12 meses houve aumento de 86% na procura em relação ao período anterior. "A destinação do valor financiado é livre. É possível utilizar para equalização de dívidas, compra de imóvel, investimentos em novos negócios ou até mesmo para manutenção de caixa da empresa. Nesse processo, é importante esclarecer que a pessoa física ou jurídica não está vendendo a propriedade, está apenas colocando um bem como garantia enquanto perdurar o empréstimo. Também existe opção para carência de até 12 meses para pagar a primeira prestação, tal facilidade ajuda muito o caixa no primeiro ano. Trata-se de uma das melhores opções para aqueles que buscam crédito mais barato", defende Oliveira.

Oportunidade com taxas a partir de 0,82% ao mês

Cientes desta demanda, a Desenrola e a Credimorar, empresas do Grupo Brasil Brokers, estão lançando o Desenrola Home Equity. A iniciativa, em parceria com a fintech Keycash, funcionará da seguinte forma: a Desenrola disponibilizará o seu cadastro de clientes ativos e inativos de compra e venda ou de locação. Em seguida, os corretores farão o primeiro atendimento de venda que, depois de firmado, passa a ser gerido pela Credimorar.

A Keycash entrará então como a instituição financeira que terá a prioridade na liberação do crédito. O processo será 100% online, com aprovação em poucos dias. O valor mínimo para o empréstimo do imóvel será de R$ 30 mil e o máximo de até 60% do valor do bem, com prazo de até 20 anos para quitar. A taxa de juros será a partir de 0,82% ao mês, mais IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A expectativa das empresas é que se atinja algo em torno de R$ 150 milhões em empréstimos concedidos até agosto de 2022.

Thiago Teixeira, Head da Credimorar, também avalia que essa forma de empréstimo dá ao cliente a chance de usar o dinheiro para outras finalidades, ao contrário do financiamento imobiliário tradicional em que só é possível usar o recurso para a quitação do bem. "O tomador pode utilizá-lo para fazer a troca de uma dívida imobiliária cara para uma mais barata, por exemplo. Mas também lhe permite usá-lo para reformar o imóvel ou realizar projetos pessoais como abrir um negócio, viajar, e estudar fora, entre outros", diz Teixeira. Bancos como a Caixa também oferecem a modalidade. A recomendação é pesquisar a instituição que oferece a condição que mais se encaixa ao seu perfil, levando em conta a taxa de juros e o percentual a ser liberado de acordo com valor do imóvel.