Foram vendidos 87.655 imóveis residenciais no país no primeiro semestreFreepik

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano indica o fim do ciclo de aumento dos juros. Esta é a análise da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) que ressalta que o índice do crédito imobiliário segue abaixo de dois dígitos. Além disso, o volume de financiamentos de novos imóveis residenciais no primeiro semestre cresceu 5% em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com levantamento da Abrainc em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

A associação diz ainda que a inflação começa a dar sinais de arrefecimento com as quedas de julho (-0,68) e agosto (-0,36), fazendo com que mercado já projete uma redução nos juros futuros, sendo um importante estímulo ao setor imobiliário.

Mais de 87 mil imóveis vendidos no país

Os números do Índice Abrainc-Fipe reforçam que, apesar das consecutivas altas da Selic, o setor vem apresentando resultados positivos. Para se ter ideia, no primeiro semestre deste ano foram vendidos 87.655 imóveis residenciais, crescimento de 18% na comparação com o mesmo período do ano passado. Neste mesmo intervalo, os lançamentos chegaram a 62.414 unidades, volume que representa um incremento de 3% em relação aos seis primeiros meses de 2021.

Analisando por segmentos, os imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP), tiveram um avanço de 20% de janeiro a junho ante o mesmo intervalo de 2021. Em termos de vendas foi registrado um acréscimo de 103% em relação à primeira metade do ano passado. Para Luiz França, presidente da Abrainc, o resultado é influenciado pela boa oferta de crédito imobiliário. “Apesar da alta na Selic, que subiu de 2% (2021) para 13,75% (agosto/22), o aumento na taxa de financiamento imobiliário foi inferior a 2% ao ano", observa França.

Com relação aos empreendimentos pelo programa Casa Verde Amarela (CVA), a alta foi de 2% nas vendas. Já os lançamentos sofreram queda de 5%. Na avaliação de França, as medidas implantadas pelo governo ao longo do ano no CVA como o prazo de pagamento passando de 30 para 35 anos estão se mostrando importantes para garantir o acesso à moradia digna para as famílias de baixa renda. "O resultado disso é que as vendas no segundo trimestre foram 31% maiores das apontadas no primeiro trimestre. Esses ajustes serão fundamentais para aumentar a produção do programa no segundo semestre deste ano, o que é fundamental para se combater o déficit habitacional de 7,8 milhões de moradias e melhorar a qualidade de vida das famílias mais necessitadas", destaca o executivo.

Outro ponto positivo apresentado pelo estudo é a relação distrato/venda, que terminou o semestre com o patamar de 10,9% ao ano. É o menor percentual desde o início da série histórica iniciada em 2014. Além disso, ainda segundo o levantamento, a taxa mensal vem caindo de modo consistente em todos os meses de 2022. O Indicador Abrainc-Fipe foi realizado com 18 empresas associadas à Abrainc.