Além da impermeabilização, é importante vedar portas e janelas para evitar infiltração e manter o bom funcionamento das calhasFreepik

Quem é síndico sabe como é importante realizar a manutenção das estruturas prediais para evitar problemas e gastos que podem aumentar a taxa condominial. As infiltrações, por exemplo, afetam não apenas o lar como também todo o sistema predial. Por isso, as inspeções periódicas e, principalmente, as prevenções são indispensáveis. Segundo Emerson Bispo, Coordenador Técnico da Sika, empresa de produtos de construção civil, uma das recomendações é impermeabilizar áreas internas e externas sujeitas a infiltrações, pois este procedimento garante alta qualidade para a construção e impossibilita a deterioração do imóvel.

De acordo com Bispo, mesmo que não haja problemas com infiltrações ou que todas tenham sido solucionadas, os imóveis estão sujeitos a sofrer com essas adversidades por toda a vida. Por isso, é indispensável fazer a manutenção regularmente, em especial nos locais onde há mais chance de elas aparecerem. "Inicialmente, é preciso dar uma atenção maior ao telhado, laje, calhas, pisos, paredes e fachadas, para checar se há algum sinal de que a impermeabilização não foi realizada corretamente. Caso algum indício de infiltração seja notado, realize a manutenção do local antes que a estrutura do imóvel seja prejudicada", explica o coordenador.

Além disso, é importante vedar portas e janelas para evitar infiltração ao redor das esquadrias de madeira ou alumínio, e manter o bom funcionamento das calhas. Isso porque elas evitam o escorrimento e os respingos de água nas paredes que podem causar infiltrações.

De olho nas varandas

Fernando Santos, arquiteto e diretor da Santos Projetos, complementa que o morador também deve estar atento às varandas. Ele lembra que, especialmente no verão, época de chuvas mais fortes, a água pode acumular no ambiente e iniciar um processo de infiltração. “Um rejunte de piso bem conservado é a dica principal porque a manta que fica embaixo do piso vai perdendo sua eficácia com o tempo. Sugiro uma manutenção do rejunte de cinco em cinco anos para evitar dor de cabeça”, orienta Santos.

O arquiteto diz ainda que é preciso ficar de olho em fissuras no piso, pois elas também podem permitir a passagem de água. “Outra sugestão é não colocar vasos de plantas diretamente sobre o piso da varanda, já que fundo da peça retém muita umidade”, lembra Santos. E se a infiltração já estiver instalada, ele explica que é necessário primeiro acionar o síndico para verificar se a obra será de responsabilidade do morador ou do condomínio. “Depois é importante contratar um arquiteto ou engenheiro para identificar se será preciso refazer a impermeabilização com manta ou outros produtos. Dependendo do caso, pode ser necessário quebrar o piso”, ressalta Santos.

Técnicas de impermeabilização

Na hora de impermeabilizar áreas externas e internas, André Guimarães, diretor de Engenharia da Ferrara Gestão, pontua que cada superfície requer uma técnica diferente. “Existem impermeabilizações com mantas asfáltica e de PVC, à base de água, argamassa dos modelos polimérica e de base cimentícia, membrana líquida etc. A escolha entre elas é muito mais do que meramente financeira, passa pela necessidade de projeto e execução de cada superfície. O profissional na concepção dos projetos executivos precisa consultar empresas especializadas para identificar a melhor solução”, indica Guimarães.

Ele aponta ainda que não impermeabilizar um imóvel traz diversos riscos, desde estéticos com fachadas e paredes com presença de umidade até riscos à saúde do usuário. “O mofo tem diversas categorias e pode acarretar em problemas respiratórios graves, passando por danos a rede elétrica caso os eletrodutos não estejam bem vedados, podendo causar curto circuito e em último caso incêndio”, alerta o especialista. De acordo com Guimarães, o mais grave em deixar uma estrutura de concreto armado sem a devida impermeabilização é a passagem de água por dentro do concreto. “Isso pode iniciar um processo de corrosão na armação fazendo com que aquele elemento estrutural perca completamente a função projetada, podendo em casos mais graves fazer a estrutura entrar em colapso”, ressalta o executivo.