Com exceção de funções que exigem a presença do profissional, como nas áreas da Saúde e Segurança, entre outras, o debate sobre o trabalho remoto e a possibilidade de se adotá-lo em maior escala vai ganhar força. Antes da pandemia, essa modalidade já era experimentada, por exemplo, no INSS (desde 2018) e Tribunal de Contas da União (TCU), desde 2009. Já nos estados, alguns Tribunais de Justiça (como o do Rio) também adotavam o teletrabalho, ainda que de forma tímida.
"Primeiro, a gente fez medidas emergenciais para rapidamente se adaptar à modalidade que a gente tem. Mas a tendência é que a gente amplie esse modelo", declarou Wagner Lenhart.
Ele ponderou que, apesar da intenção de o trabalho remoto ser uma alternativa pensada para servidores, só será colocada em prática mediante estudos e critérios.
"Evidentemente que (a adoção) tem que ser feita com todo critério, entrega de produtividade, mas é algo que a gente considera que faz parte do futuro e que a administração pública vai ter que enfrentar", afirmou. "E vai ser positivo que a administração enfrente. É uma pauta que ganhou relevância", acrescentou.
"Foi definido em resolução pelo CNJ como 'modalidade de trabalho realizada de forma remota, com a utilização de recursos tecnológicos'. Contudo, com a pandemia, passou a ser uma necessidade em razão da impossibilidade do comparecimento dos servidores", declarou Peixinho.
O jurista observou que, neste momento, a implantação do trabalho remoto se deu sem planejamento para implantação da nova tecnologia: servidores não foram capacitados e muitos também não têm equipamentos com o devido suporte para o trabalho em casa.
"Contudo, com o aval da OIT e presente em muitos países, a exemplo Austrália, Holanda e Reino Unido, o teletrabalho, bem planejado à realidade brasileira, poderá proporcionar mais eficiência no serviço público e mais qualidade de vida ao profissional, com ganho de produtividade, motivação e diminuição de conflitos e, principalmente, proporciona um maior convívio com a família", opinou.
Peixinho ressaltou que há necessidade de o Congresso aprovar lei sobre o assunto. "Uma proposta com detalhamento dos direitos e deveres do servidores e com especificações para o controle e o bem-estar do trabalhador que, por necessidade, seja designado para o home office".