Estado descarta contratos temporários e pagará 5 mil GLPs para professores da rede
Secretário de Educação, Comte Bittencourt explicou que horas extras serão para suprir carência de profissionais que não poderão retornar para as salas de aula
Por PALOMA SAVEDRA
Para o retorno das aulas presenciais do 3º ano, a Secretaria Estadual de Educação decidiu reservar cinco mil GLPs (Gratificação por Lotação Prioritária), que são as horas extras. A medida é para substituição dos professores que se enquadram na categoria de afastamento (quem tem comorbidade e mais de 60 anos). Por enquanto, a pasta não pensa em contratações temporárias para cobrir o 'buraco' de educadores nas salas de aula.
"É uma GLP extraordinária. Estamos criando uma cota extra de GLP para poder substituir a ausência desses professores que se enquadram na resolução da portaria que publicamos na segunda-feira. Estamos fazendo um pré-levantamento na rede, as escolas estão fazendo e vão comunicar às regionais", disse à coluna o secretário Comte Bittencourt.
No entanto, pela lei, a jornada de trabalho semanal dos educadores é de 62 horas. Atualmente, há 65 mil professores ativos na rede de ensino do estado. Do total, 18 mil já estão em GLP. E são profissionais com 16 horas, 24 horas, 30 horas e 40 horas.
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Ou seja, a secretaria vai ter que fazer uma força-tarefa para cumprir essa jornada, para que os mestres não ultrapassem o limite de jornada por semana.
"Não estou trabalhando com a essa hipótese (de estourar o horário). A princípio, estou levantando a possibilidade de suprir a carência. Tudo é um novo normal, e é importante que tudo seja feito junto com os professores. E o foco do terceiro ano é por causa do Enem", disse Comte.
Para pagar as 5 mil horas extras, o governo descentralizou recursos financeiros do Tesouro Estadual. Até porque, segundo Comte, as verbas do Fundeb já estão direcionadas para o pagamento de salário do pessoal da ativa.