Covid: policiais federais contabilizam 11 mortes e guardas municipais 105 no país
Números preocupam as categorias, que pedem atenção do poder público e agilidade na vacinação dos servidores
Por PALOMA SAVEDRA
A covid-19 vitimou muitos agentes de Segurança Pública que atuam na linha de frente do combate à pandemia pelo país. Na Polícia Federal, 11 servidores morreram infectados pelo novo coronavírus, segundo dados obtidos pela Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) com a PF. Em relação aos guardas municipais, já são 105 óbitos, informou a Fenaguardas.
Presidente da Fenadepol, Tania Prado chama atenção para os números e ressalta que, neste momento, é preciso acelerar a imunização para evitar a piora desse quadro. "A pandemia da covid-19 se agravou e, caso o ritmo de vacinação não aumente nos próximos dias, perderemos milhares de vidas, dentre elas as dos policiais e dos servidores públicos que estão na linha de frente", afirma.
Ao todo, são 11.264 agentes da PF, de acordo com as informações fornecidas pela instituição à federação. Desse total, 1.355 foram infectados desde o início da pandemia até hoje.
GUARDAS SE PREOCUPAM COM CENÁRIO
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Diretora jurídica da Federação Nacional de Sindicatos dos Guardas Municipais (Fenaguardas), Rejane Soldani mostra números preocupantes: além dos 105 casos de óbitos por covid-19 confirmados, há 43 notificações de mortes de guardas em processo de confirmação.
"Só contabilizamos as notificações em que o guarda municipal encontrava-se no exercício da atividade quando apresentou os primeiros sintomas. Se estas notificações forem confirmadas, totalizaremos 148 óbitos de guardas municipais em praticamente um ano da pandemia. Esse número é superior ao número de mortes violentas de guardas nos últimos cinco anos, que totalizam 137 mortos, conforme levantamento da Federação", alerta.
Rejane lembra ainda que os servidores das GMs estão atuando com outras categorias no enfrentamento à pandemia de várias formas. Por isso, devem ser logo imunizados: "Dispersando aglomerações, festas clandestinas, fiscalizando o uso da máscaras, o funcionamento do comércio diante das bandeiras restritivas, escoltando vacinas, orientando nas barreiras sanitárias, nada mais justo que os guardas municipais sejam vacinados".
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Segundo a diretora da entidade, enquanto deveriam ser valorizados, os agentes estão tendo direitos retirados neste momento.
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