PEC foi enviada ao Congresso pela União em setembro de 2020, passou na CCJ semana passada e segue para a Comissão Especial
PEC foi enviada ao Congresso pela União em setembro de 2020, passou na CCJ semana passada e segue para a Comissão EspecialAgência Brasil
Por PALOMA SAVEDRA
Já na etapa de encaminhamento para a Comissão Especial, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, que prevê a reforma administrativa no país, será alvo de intensas articulações nessa fase. Entre as diversas mudanças no serviço público que o texto traz, o fim da estabilidade para novos servidores é considerado o ponto-chave. Parlamentares contrários à proposta e o funcionalismo vão buscar manter essa garantia.
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil), o deputado federal Israel Batista (PV-DF) declarou à coluna, por diversas vezes, que a estabilidade é "inegociável".
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"Não dá para ter uma parte de uma equipe com cargos estáveis e a outra não. Um promotor precisa que o técnico e o restante da sua equipe também tenham estabilidade, assim como ele, para que seu trabalho não seja enfraquecido", defendeu Batista.
Pelo projeto, apenas as carreiras de Estado — que só podem ser exercidas na administração pública — continuarão com estabilidade. Porém, todas as categorias do setor público defendem que a permanência no cargo seja um direito de qualquer área.
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O funcionalismo alega que acabar com essa garantia, na verdade, criará brechas para perseguições por governos, além do uso político da máquina pública na União, estados e municípios.
Na Comissão Especial, esse será o principal ponto trabalhado pela oposição e servidores, juntamente com a manutenção do regime jurídico único, que rege servidores de todas as categorias.
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Isso porque a PEC 32 o extingue e cria cinco novos tipos de vínculos, sendo que apenas um deles terá estabilidade — as carreiras típicas de Estado.
A reforma também acaba com a licença-prêmio, que no setor público federal já foi extinta há cerca de 20 anos. A medida alcança então estados e municípios.
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Promoções e progressões automáticas, aumentos retroativos, férias superiores a 30 dias por ano e adicional por tempo de serviço também estão entre os itens hoje garantidos a servidores de diversos entes e que a PEC prevê a extinção.
A proposta de emenda constitucional abre caminho ainda para o envio de outros projetos ao Congresso Nacional que tratarão de temas mais específicos. Entre eles, o que vai regulamentar a demissão por mau desempenho de profissionais que já estão no setor público.
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