Maria Clara saiu de casa após almoçar com a família  - Arquivo Pessoal
Maria Clara saiu de casa após almoçar com a família Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
 Familiares e amigos procuram a menina Maria Clara Gonçalves da Silva, de 12 anos, que está desaparecida, há seis dias, após sair de casa, em um condomínio, no bairro Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A adolescente sumiu, após o almoço, por volta das 14h30. Ela foi vista, pela última vez, por um vizinho, saindo do conjunto residencial. A adolescente vestia short preto jeans, camiseta branca com listras pretas nas mangas, sandálias cor de rosa e uma bolsa à tiracolo bege. O caso foi registrado na 41ª DP (Tanque).
De acordo com relatos à polícia, ao terminar o almoço, Maria Clara deu um beijo na mãe, disse que a amava e foi deitar. Passados alguns minutos, já não estava mais na cama. Amigos e familiares procuram a adolescente em bairros vizinhos. No dia do desaparecimento, eles entraram na comunidade Cidade de Deus, falaram com moradores, mostraram a fotografia dela, mas ninguém tinha notícia da menina.
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Dócil, extrovertida e amiga. De acordo com familiares, as credencias da adolescente Maria Clara chamam a atenção. “Após reunião familiar, ela cantou louvores comigo até a madrugada. É uma menina dócil e afetuosa, Tenho muito medo de ela estar sendo vítima de algum tipo de violência”, disse a mãe, que está sob efeito de medicamentos. O caso da Maria Clara será encaminhado à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), no Jacarezinho, zona norte do Rio. De janeiro a julho deste ano, foram registrados 1.859 desaparecidos em todo o Estado do Rio de Janeiro, conforme o Instituto de Segurança Pública (ISP)

Sumiços de adolescentes ainda são maioria, segundo MPRJ

Os desaparecimentos de adolescentes, ou seja, meninos entre 12 a 17 anos, lideram os números de casos. Num universo de 25.609 casos registrados pelo Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalis), no Estado do Rio de Janeiro, cerca de 29% são de adolescentes, segundo dados divulgados pelo Programa de Localização e Identificação (Plid) do Ministério Público do Rio de Janeiro.
“Isso se deve, em grande parte, aos conflitos familiares, sobretudo, em decorrência das mudanças estruturais e psicológicas que passam os adolescentes. É uma idade difícil. Tanto os pais quanto os adolescentes precisam dialogar, falar abertamente sobre seus problemas. Em muitos casos, existe uma ruptura e o número de fugas é muito grande. Portanto, acredito que esses dados refletem um problema social. Se a sociedade não discutir e debater, deixaremos esses meninos vulneráveis às mais variadas mazelas sociais”, ressalta Luiz Henrique Oliveira, gerente do programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA).