Gabriela Pereira, de 17 anos, foi encontrada na casa de uma mulher, não identificada, após perambular pelas ruas  - Arquivo Pessoal
Gabriela Pereira, de 17 anos, foi encontrada na casa de uma mulher, não identificada, após perambular pelas ruas Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Depois de quatro dias de buscas, a adolescente Gabriela Pereira da Silva Siqueira, de 17 anos, foi encontrada pela família, no Jacaré, na Zona Norte do Rio, após a polícia rastrear o seu perfil nas redes sociais. A adolescente estava desaparecida, desde a última sexta-feira, ao sair de casa, no Méier. Ela contou à família que ficou abrigada na casa de uma mulher, não identificada.
A adolescente foi levada à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA). Em depoimento, ela alegou ter saído de casa por conta de conflitos familiares, mas garantiu estar arrependida. As circunstâncias do caso, que está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar, estão sendo apuradas pela polícia.
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Aliviada com o retorno da filha, a doméstica Kátia Regina da Silva Siqueira, de 52 anos, agradeceu à rede de apoiadores que ajudou nas buscas ao paradeiro de Gabriela. “Graças a Deus, esse caso teve um final feliz. Ter minha filha de volta é um milagre. Quero agradecer a todas as pessoas que ajudaram nas buscas. Falei para ela o quanto é amada. Agora, vamos conversar e tocar a vida. O sonho dela é ser advogada. Vamos ajudá-la no que for preciso”, disse, emocionada, a mãe.
Cerca de 60% dos desaparecimentos de adolescentes são motivados por conflitos familiares, segundo dados da FIA
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Em 2020, foram registrados 148 sumiços de crianças e adolescentes, no estado do Rio de Janeiro, sendo encontrados 119, conforme dados do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA). De acordo com o gerente da entidade, Luiz Henrique Oliveira, cerca de 60 % dos casos estão relacionados com conflitos familiares.
“Percebemos, nos casos envolvendo adolescentes, que os conflitos familiares são preponderantes nas fugas e desaparecimentos, por conta de inúmeros fatores sociais. Contudo, não podemos apenas culpar as famílias, sobretudo, nos momentos de dor e angústia. Se faz necessário um esforço, de âmbito coletivo, envolvendo famílias, sociedade e estado com o objetivo precípuo de engendrar recursos e condições para garantir direitos, bem como, a aplicação das normas e a criação de políticas públicas para atender às demandas”, explicou Oliveira.