Gabriela, de 17 anos, está desaparecida há 3 dias, após sair de casa, no Méier, na Zona Norte do Rio    - Arquivo Pessoal
Gabriela, de 17 anos, está desaparecida há 3 dias, após sair de casa, no Méier, na Zona Norte do Rio Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
“Nenhuma mãe dorme tranquila, sem saber onde estão os filhos”. O desabafo da doméstica Kátia Regina da Silva Siqueira, de 52 anos, reflete a angústia da família, que busca, há três dias, pelo paradeiro da adolescente Gabriela Pereira da Silva Siqueira, de 17 anos. A jovem desapareceu, por volta das 12h, da última sexta-feira, após sair de casa, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Imbuídos em encontrar a adolescente, familiares e amigos se revezam, há três dias, na procura, colocando cartazes em áreas públicas e realizando buscas em praças, comunidades, hospitais, igrejas e abrigos da região. De acordo com a família, quando saiu de casa, Gabriela usava uma camisa regata branca, bermuda jeans e calçados pretos. A adolescente não levou o aparelho celular.
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A doméstica Kátia Regina disse que a filha nunca dormiu fora de casa sem avisar, tampouco ficava na casa de amigas. A mãe, no entanto, percebeu que a filha vinha mudando o comportamento, nas últimas semanas, e, devido à exposição excessiva à Internet, não descarta a possibilidade de Gabriela ter sido aliciada e ido ao encontro de estranhos. A jovem saiu sem levar mochilas.
“É uma menina estudiosa, meiga e caseira. Ela gosta de assistir filmes e ficar navegando na Internet. Como todos os jovens, ficava a maior parte do tempo acessando as redes sociais pelo celular ou computador portátil que ganhou de presente. Inclusive, esse vem sendo motivo de alerta em nossas conversas. Nunca sabemos quem está do outro lado das telas de computadores. Nosso receio é de ela estar sendo vítima de violência ou maus-tratos. Vamos fazer as buscas até encontra-la”, ressaltou a doméstica.
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Segundo a família, há três anos, Gabriela foi submetida a tratamentos psicológicos, mas, desde então, não faz uso de medicamentos controlados e segue rotina normal em casa e na escola. Católica, a jovem é integrante do grupo jovem da Paróquia de Cachambi, onde participa das cerimônias e serviços litúrgicos. “Por favor, quem tiver informações sobre a minha filha, entre em contato com a polícia”, disse, emocionada, a mãe.
Todas as informações sobre o paradeiro da Gabriela podem ser repassados ao Disque-Denúncia pelo telefone (21) 2253-1177, sob a garantia do total sigilo.
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Especialista alerta sobre rede de aliciadores na Internet
Com o avanço das redes sociais, os relacionamentos virtuais ganharam destaque e, no mundo globalizado, atingem pessoas em todo o mundo. Contudo, apesar das facilidades e criação de leis para coibir crimes cibernéticos, especialista alerta que a Internet ainda é um “campo minado”, que propicia a ação de rede de aliciadores e criminosos.
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“Estamos, há 25 anos, atuando no enfretamento e prevenção aos desaparecimentos de crianças e adolescentes. Tem sido recorrente casos envolvendo relações pela internet. Em sua maioria, envolvem adolescentes e jovens, que, após relacionamentos virtuais, marcam encontros e desaparecem. Portanto, fazemos um alerta aos pais para a rede de aliciadores por trás das telas. São criminosos e, geralmente, não demonstram suas reais intenções. O diálogo franco e o acompanhamento contínuo dos pais podem prevenir esses casos”, alerta Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecida da Fundação para Infância e Adolescência (FIA).
Fragilidades emocionais podem determinar a vulnerabilidade das vítimas
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A psicóloga Alessandra Alves Soares credita à Internet apenas o fator facilitador. Com experiência em atendimentos a patologias semelhantes, Soares aponta as instabilidade emocional como gatilho para o aumento da incidência de casos de golpes e aliciamentos nas redes sociais.
“O problema não é a Internet. Os desequilíbrios emocionais e as carências, na maioria dos casos, determinam a vulnerabilidade das vitimas. Os criminosos, que estão por trás das telas, se aproveitam dessas fragilidades. Ainda que não exista uma hegemonia de gênero, as mulheres acabam sendo mais suscetíveis, por conta, sobretudo, das carências afetivas e das relações amorosas idealizadas. Isso ocorre tanto no mundo virtual, quanto no real. Portanto, os filtros de defesa devem partir do fortalecimento emocional, das prevenções e do diálogo”, esclarece a psicóloga.